17 December 2010

Kriptonita

E existem aquelas pessoas que aparecem, do nada, na nossa vida.
E não se pode prometer nada também, comprometimento ou paixão, ou laços que sejam.

Apenas as lembranças.

E esse meu "do nada" não significa que elas não signifiquem nada, verdadeiramente significam muito. Mais do que eu posso falar.

É aquilo que te faz pensar em momentos vazios, seu retorno ao bom, ao selvagem, ao próprio eu que renegamos e entregamos sem pedir algo em troca.

Não posso te prometer nada, mas isso eu posso:
Não irei esquecer.

E isso às vezes me enfraquece pela força do que foi, mas ainda pelo o que eu queria que poderia ser.

E existem aquelas pessoas que aparecem, do nada, na nossa vida.
E não se pode prometer nada também, comprometimento ou paixão, ou laços que sejam.

Apenas as lembranças.

E esse meu "do nada" não significa que elas não signifiquem nada, verdadeiramente significam muito. Mais do que eu posso falar.

É aquilo que te faz pensar em momentos vazios, seu retorno ao bom, ao selvagem, ao próprio eu que renegamos e entregamos sem pedir algo em troca.

Não posso te prometer nada, mas isso eu posso:
Não irei esquecer.

E isso às vezes me enfraquece pela força do que foi, mas ainda pelo o que eu queria que poderia ser.

11 December 2010

É complicado.

Não nego, e nem me arrependo, do que aconteceu. Mas o que escolhi foi o que me levou ao 'falso ignorar'.
Como falar que não gostei de tudo aquilo? Foi o que precisava, no exato momento. E hoje nem posso comentar.
Não sei se a decisão que tomei foi certa ou não, mas não significa que aquela manhã não tenha um sentido maior pra mim. Foi. E é. E ainda penso se eu não tivesse decidido isso.

O ponto nem é esse. É apenas que pra mim você significa muito, ainda que não saiba.
Feliz aniversário.

11 November 2010

Ai seu mundo cai. E você não sabe como se erguer, afinal, o que valeria a pena?

Você?

Absolutamente não!
Isso. Exclamação, NÂO! Caps. Irredutível.

Vale a pena todo seu tempo de autopiedade? De auto conhecimento? De pseudos milhões de coisas?

NÃO!!!!!!!!!

Seu emprego de merda. Sua família de merda. Seu ex pseudo namorado de merda que joga na sua cara que não te ama mais por você não ter sido dura suficiente. Sua maldita auto piedade e teatro de 'vítima do mundo'.

Ah querida, CLARO QUE NÃO!

Se fode.

Ai dizem: 'Procura no amor, ou no ódio, a força pra mudar'. Mas, porra, você não acredita nisso. O amor te levou a merda em outro nível, e o ódio... bem, ainda se acha boa samaritana demais pra apelar pra isso.

Ah vamos, parar com mentiras! Acha que apelar pro ódio vai afastar os outros que você poderia tentar preservar se fingindo ser veterana nisso? Odeio o ódio. Não sei jogar nesse nível.

"A porra do negativo trás mais negativo".

Um dia dou porrada em quem me fez acreditar nisso.

01 November 2010

É mais simples que parece, a vida é foda. Aí acaba a simplicidade.

Um dia alguém, estranho, diz que te ama, e toda uma plot se desenrola em torno da citação dita milhares de milhões de vezes antes. Um sentimento de conforto, de necessidade, de querência em sentir o mesmo. E é tudo mentira. Onde foi mesmo que li que paixão era um processo químico que durava uns 3, 4 anos? Alguma revista, sei lá se Marie Clarie ou outra científica mais legal pra se citar, mas estava lá: acaba. Paixão é química, e oh! que horror acaba! Primeiro pra um, depois pro outro.
E finito, ponto final.
Você diz 'te amo' e a resposta automática, despida de sentimento e vem o 'eu também, até o dia do 'bem... eu não te amo mais'. E dói como o inferno.
E assim acabam 4 anos da sua vida devotada ao outro.
E vêm a ausência.
E a rejeição.
E a dor dos infernos.
E onde foi parar os planos que vocês fizeram juntos?
No mundo dos planos apenas.
Aquela viagem, e aquele possível casamento na praia, e os filhos, e os nomes, e tudo o mais.
A-ca-ba.
Fim, ponto final onde você nunca sequer cogitou que haveria.

Aí você acha sensato tentar, seja lá o que for, mas não há resposta. O sexo ainda é bom, gosh, ainda é sexo, e não tem como não ser bom ainda, mas é toda a intensidade do fim. Com letras MAIÚSCULAS.
Todo fogo é tomado, e é algo tão banal que mal vale a pena, a manhã seguinte é seguida de vergonha.
Um eu te amo é tão vazio quanto foder com seu vizinho nojento que escuta músicas estranhas e faz coisas do nível 'ewwwl'!

Aí um dia, depois de sei lá, meses, você vê que tentar é tão inútil quanto não tentar, só que mais doloroso.
Entenda, ELE NÃO TE AMA MAIS. Acorde sozinha e vá viver a porra da sua vida sozinha. Mais digno que tentar e saber que seus amigos pelas costas se perguntam porquê você ainda tenta algo tão falido quanto a economia de um páis de 3º mundo. Cuba. Colômbia. Venezuela. Guatemala. Iraque. Essas que a gente sabe que por um bom tempo não terão jeito.
Assim como você e sicrano, aquele perfeito pra sua vida. Aquele que te deixou pra aderir à Comunidade Européia e foder uma loira aguada ou uma ruiva de farmácia que ele sempre assistia nos filmes pornôs.
Decadência, ou como gostam de chamar, evolução.

08 October 2010

Será que depois de tanto tempo práticamente morando junto com outra pessoa eu ainda vou saber como ser somente eu de novo?

07 September 2010

E quando você lê o que escrevo, pensa: "está bêbada!"





Mas faz mais sentido que anos de 'nós' sóbrios.




Pode continuar inócuo, eu passei e sobrevivi, a tudo.
Você ao contrário...








Zumbi.
É porquê cada vez que choro por ti, eu penso, não vale a pena.
E o dia seguinte é mais fácil. E depois de tanto tempo vai passar.
Porque precisa.


E porque eu já chorei o suficiente.

E ainda assim procuro aquelas fotos antigas, de quando tudo parecia felicidade e era mentira.




Mas viver é muito parecido com isso:









Tudo, tudo, tudo, tudo!

Damnit you!

Você nunca lerá nada, e isto será o meu segredo.

Você. Lenina. Eu, o Selvagem.

Mundos diferentes, diferentes sentimentos. Condicionamentos!!!!


Mas a necessidade da profundidade, pra mim, sempre, e a você, utópica!


Você MEU SOMA, eu, sua realidade insólita.
Nós, nunca a realidade.


03 September 2010

Sempre penso em ti como uma salvação, a que nunca tive, e que agora desisti.
Por motivos absurdos penso em ti como a pessoa que me levará ao que devo ser, mas que é inalcançável. O inatingível, o irreal, o poderoso que há em mim em transformar o comum em mágico.
Durmo demais, nada tem graça e nem vale o esforço, a graça se perdeu há tanto tempo que mal posso colocar em escalas.
Tudo poderia ser perfeito, tudo poderia ser algo como nos contos de fada, e você meu príncipe, eu a princesa esperando em topor. Mas estou sempre muito 'aware' (às vezes penso melhor em inglês, assim como saudade é algo que só existe em nossa língua em tal definição, outras apenas em outras que pouco conheço).
Nós somos aquele momento perfeito nunca concretizado no depois, e que sempre sonhamos. Triste demais, mas a dor é o que o faz belo, tal momento foi feito pelo eterno que sempre se espera.
É pedir ao mundo que o destino exista, mas existem tantos caminhos válidos e esses nunca se cruzam, sempre há o 'se' daqueles que não seguimos, e a saudade do que não aconteceu. É tão difícil colocar em palavras isso, impossível.
É a dor do choro engasgado, dos olhos ardendo, do coração palpitando, da poesia que nunca será escrita. Desse 'nós' que venero, mas sou obrigada a esquecer.
As manhãs com olhos inchados, as tardes de risos perdidos, as noites de conversas intermináveis. Tudo isso você me fez crer, tudo isso eu passei.
Sou a pessoa que vive de passado por não saber o que querer do futuro além daquilo que nunca poderá ter. Por não acreditar em deuses do mundo moderno, nem em mim mesma, por ser tão pequena que não alcança o tão pouco ao alcance dos dedos ávidos.
Falhei em te querer, em te amar, em me amar, em acreditar, em querer tudo ao mesmo tempo. Hoje sou a sombra daquilo que defendi. Hoje não sei falar o que te falei. E mesmo isso era nada, mas era perto do que queria do que queria te fazer sentir.
Nessa noite chorei escutando nossas músicas porque decidi que não são nossas, são minhas. São o que sinto, são o que eu quis e o que tentei te fazer sentir, mas o aquilo que somente eu senti. E ainda assim não deixa de ser belo, e trágico, para mim.
Esquecer nunca é fácil, mas já esqueci outros amores, meu primeiro foi o grande erro que hoje me faz pensar em quando é inútil sofrer por nada, tão pouco, e em quanto o tempo é poderoso. E meu último deve ser o mesmo. Assim como você. Como eu.
Querer a felicidade, assim como te desejar, é uma utopia de cínicos. Sofra. Dê valor. Cave. Um dia chore até não poder pensar em mais nada além dos seus motivos para chorar. E depois defina o que é amor para você.
Até hoje para mim foi essa espera que nunca resultou em nada. Você não acordou um dia e me viu como a mulher da sua vida, que te enxergou como é, e aquela que valeria a pena abrir mão do que julga até hoje importante. Isso não deixa de ser triste, tanto quanto não deixa de ser real.

Nine Inch Nails - Something I can never have (still)

Por vários motivos, peculiares, públicos, meus, essa maldita música sempre me faz chorar.
E o nó na garganta ao tentar segurar dói como o diabo.
Só eu sei o que isso significa pra mim, e é só a quem importa. Como pode coisa tão boba doer, fisicamente, tanto?
Acho que dói mais porque hoje, agora há pouco, eu resolvi cortar laços, e essa música diz tanto.
Sério,dói.
Mas amanhã passa, sempre passa.



Eu não quero te falar faça, tanto quanto o 'não faça'.
Eu quero te falar das probalidades. Do que pode ser, poderia, será.
No mínimo o sexo, a carne trêmula, a voz rouca, as mordidas, as marcas. No máximo uma lembrança que não se arrepende, o que aconteceu me bastou pra achar que nunca seria um erro eu e você. E droga, nunca chegamos a esse ponto. Apenas sua mão no meu pescoço, e seus dentes nos meus lábios, minhas unhas nas suas costas, minha língua na sua garganta.

E quem não iria querer mais que isso, depois de alcançar o mínimo que alcançamos?
Ontem sonhei como seria eu voltar no passado e adivinhar seu futuro, só que te contando comigo nele, e como seria hoje com nós dois juntos.
O amor só dá certo em sonhos.

29 August 2010

Como ser uma pessoa nostálgica num mundo que preza o futuro?
Nine Inch Nails é uma daquelas bandas que eu nunca deixo de gostar, mesmo que passe muito tempo sem escutar, quando escuto é foda. Fo-da!
É uma daquelas bandas que todo mundo gosta e que diz muito sobre você, quem você foi, como chegou a ser o que é. Faz parte da sua história pessoal.

25 August 2010

Fico ouvindo várias vezes: "Má, por que você não tem um blog?!"
O fato é, tenho esse que é remanescente dos milhões que tinha antes, mas aqui eu ainda tento escrever o que escrevia. E o que me falam para fazer é sobre moda, tendências, maquiagens, atitudes.

Gosto muito de tudo isso, e tenho até a pretensão de achar que conheço bem essas áreas, mas não sei realmente como repassar tudo, por isso re-posto do buzz tudo que acho legal. É sério, lá tem de, nus artísticos muito fodas, até as frivolidades de interesses gerais.

Quem sabe um dia algum desavisado entra aqui e acha essas coisas, e eu vire, ohmygosh, blogeira de verdade...

21 August 2010



Assumo, e não envergonhadamente, que adoro peitos.
E digo PEITOS, com letras maiúsculas.
É meu lado lésbico falando, mas damnit, boobs!!!

18 August 2010

Eu não sou um ser estático, nunca fui. Mas também nunca deixei de sentir aquilo que me fez mudar em meu eixo, aquilo que me fez que sou. Nunca neguei minha essência, por mais que isso tenha incomodado a quem me tinha valor, como já disse, é parte do que sou.

O pior e o melhor sempre fizeram parte de mim, e posso dizer que agora sei ser a filhadaputa que queriam que eu fosse no passado, mas ainda sei ver com olhos de quem acredita nos outros. Eu tenho meu passado, que queria que voltasse, e o meu presente, que eu não poderia pedir melhor. Ou poderia, mas, comparando com antes... não.

Hoje sou o que já fui e o que sempre quis ser, mas ainda não me sinto satisfeita. Casar não quero, e filhos desisti, era muito a idéia dos meus 20 anos, aquela quem acreditava no melhor de mim e do mundo e não conhecia bem a realidade. E mesmo naquela época me ensinaram o quão doloroso isso poderia ser.E mesmo naquela época eu fui forçada a desistir.

O fato é, hoje sou mais feliz do que nunca fui, o que não me impede de relembrar e sentir falta do meu passado, dos meus sonhos, das facilidades.
E ainda mais de ti, já que nunca tivemos a oportunidade de nada, e que tudo foi tão cedo. E tudo se resumiu ao medo.

Assumo, por ti eu abriria mão do meu presente certo, por um mero talvez. Por ti, e pela incerteza do que a gente nunca conheceu.

12 August 2010

La Petit Mort


Droga!

Às vezes penso se aquele sofá pudesse contar estórias. A nossa seria apenas mais uma, mas seria a única que eu queria saber. Eu e você, depois de tanto tempo e ansiedade. As palavras e o corpo e os sentimentos e os instintos.

Como eu quero que você saiba que te almaldiçoo por aquela noite e tudo que ali, a parti dali, ficou reprimido dentro de mim.

Aquele sofá.

Se fosse como deveria ter sido, eu teria te esquecido, superado, dado o adeus que nunca quis dar.

Mas diabos! Até hoje, você e as cenas que aquele sofá poderia narrar me perseguem antes de dormir.

06 August 2010

Não sei se foi a solidão, ou o desdém, ou qualquer coisa parecida com isso. Mas quando fui tentar o que achava ser correto li esse trecho de um livro do Aldous Huxley e vi o que sempre tinha meio que negado para mim mesma. A solidão intrínseca ao ser-humano, mesmo quando negamos isso (você pode querer ser um monstro, mas é o que é, humano). Não sei se ao ler isso me senti bem ou mal, mas fez todo sentido do mundo, algo que eu precisava naquela época.

"Vivemos, agimos e reagimos uns com os outros; mas sempre, e sob quaisquer circunstâncias, existimos a sós. Os mártires penetram na arena de mãos dadas; mas são crucificados sozinhos. Abraçados, os amantes buscam desesperadamente fundir seus êxtases isolados em uma única autotranscendência, debalde. Por sua própria natureza, cada espírito, em sua prisão corpórea está condenado a sofrer e gozar em solidão. Sensações, sentimentos, concepções, fantasias - tudo isso são coisas privadas e, a não ser através de símbolos, e indiretamente, não podem ser transmitidos. Podemos acumular informações sobre experiências, mas nunca as próprias experiências. Da família à nação, cada grupo humano é uma sociedade de universos insulares. Muitos desses universos são suficientemente semelhantes uns aos outros para permitir entre eles uma compreensão por dedução, ou mesmo por mútua projeção de percepção. Assim, recordando nossos próprios infortúnios e humilhações podemos nos condoer de outras pessoas em circunstâncias análogas; somos até capazes de nos pormos em seu lugar (sempre, evidentemente, em sentido figurado). Mas em certos casos a ligação entre esses universos é incompleta, ou mesmo inexistente. A mente é o seu campo, porém os lugares ocupados pelo insano e pelo gênio são tão diferentes daqueles onde vivem o homem e a mulher comuns que há pouco ou nenhum ponto de contato na memória de cada um para servir de base à compreensão ou a ligação entre eles. Falam, mas não se entendem. As coisas e fatos que símbolos se referem pertencem a reinos de experiências que se excluem mutuamente.
Contemplarmo-nos do mesmo modo pelo qual os outros nos vêem é uma das mais confortadoras dádivas. E não menos importante é o dom de vermos os outros tal como eles mesmo se encaram. Mas e se esses outros pertencerem a uma espécie diferente e habitarem um universo inteiramente estranho? Assim, como poderá o indivíduo, mentalmente são, sentir o que realmente sente o insano? Ou, na iminência de ser reencarnado na pessoa de um sonhador, um médium ou um gênio musical, como poderíamos algum dia visitar os mundos que para Blake, Swedenborg ou Johann Sebastian Bach eram seus lares? E como poderá alguém, que esteja nos limites extremos do ectomorfismo e da cerebrotonia, pôr-se no lugar de outrem que ocupa o limite oposto do endomorfismo e da viscerotonia ou (a não ser dentro de certas áreas restritas) compartilhar dos sentimentos de um terceiro que se situe no campo do mesomorfismo e da somatotonia? Para o behaviorista inflexível, tais proposições – suponho eu – são desprovidas de sentido. Mas para aqueles que aceitam, do ponto de vista teórico, aquilo que, na pratica, sabem ser verdade – isto é, que a experiência possui dois aspectos, um externo e outro interno -, os problemas apresentados são reais e tanto mais sérios por serem, alguns, inteiramente insolúveis, e outros só poderem ser resolvidos em circunstâncias excepcionais e por métodos que não se acham ao alcance de qualquer um. É, pois, quase certo que jamais poderei saber o que sentem sir John Falstaff ou Joe Louis. Por outro lado, sempre me pareceu possível que, por meio do hipnotismo, do auto-hipnotismo, da meditação sistemática, ou ainda pela ação de uma droga apropriada, eu pudesse modificar de tal forma minha percepção normal que fosse capaz de compreender, por mim mesmo, a linguagem do visionário, do médium e até do místico."


Aquela época foi a pior, e melhor, da minha vida. Morar só e onde não tinha nada e ninguém, além da esperança e eu mesma. Até hoje me pergunto como sobrevivi, e dentre os motivos você não fez parte.
E descobrir isso da maneira brutal, que estamos só mesmo que a mentira de não estar seja forte, foi o que me fez aguentar tanto.






ps.: "As Portas da Percepção (no original em inglês, The Doors of Perception), um livro de 1954, escrito por Aldous Huxley, onde o autor pormenoriza as suas experiências alucinatórias quando tomou mescalina. O título provém de uma citação de William Blake:
"Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito."

02 August 2010

Soneto de Agosto

Engraçado como a gente só enxerga aquilo que quer e da maneira que nos convém. E pensando sobre isso lembrei desse soneto do Vinícius de Moraes, que casa perfeitamente com a data e o tema.


Soneto de Agosto

Vinícius de Moraes

"Tu me levaste eu fui... Na treva, ousados
Amamos, vagamente surpreendidos
Pelo ardor com que estávamos unidos
Nós que andávamos sempre separados.

Espantei-me, confesso-te, dos brados
Com que enchi teus patéticos ouvidos
E achei rude o calor dos teus gemidos
Eu que sempre os julgara desolados.

Só assim arrancara a linha inútil
Da tua eterna túnica inconsútil...
E para a glória do teu ser mais franco

Quisera que te vissem como eu via
Depois, à luz da lâmpada macia
O púbis negro sobre o corpo branco."

28 July 2010

Ele pode estar olhando as suas fotos. Neste exato momento. Porque não? Passou-se muito tempo. Detalhes se perderam. E daí? Pode ser que ele faça todas as coisas que você faz. Escondida. Sem deixar rastro nem pistas. Talvez ele passe a mão na barba mal feita e sinta saudade do quanto você gostava disso. Ou percorra trajetos que eram seus, na tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças. As boas. Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em você. Todos os dias. E ainda assim preferir o silêncio. Ele pode reler seus bilhetes, procurar o seu cheiro em outros cheiros. Ele pode ouvir as suas músicas, procurar a sua voz em outras vozes. Quem nos faz falta acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta. Não há escape. Talvez ele perceba que você faz falta. E diferença. De alguma forma, numa noite fria. Você não sabe. Ele pode ser o cara com quem passará aquele tão sonhado verão em Paris. Talvez ele volte. Ou não.



Fonte: http://sweetestpersonblog.com/

11 July 2010

Stone Temple Pilots - Sour Girl

Fiz as pazes com o Last.fm agora que a extensão para youtube do scrobbler pro chrome realmente funciona \o/

02 July 2010

Something I Can Never Have

Tem daquelas coisas que ficam no passado.
E tem daquelas que é pra vida toda.
Nine inch nails é uma dessas.

"You always were the one to show me how
Back then i couldn't do the things that i can do now
This thing is slowly take me apart
Gray would be the color if i had a heart"


01 June 2010

Bandeira

Finzinho de outono sempre bate aquela nostalgia gostosa, e burra, de sentir falta de quase tudo que passou (minha memória sempre foi seletiva, basicamente lembro do quero, o que foi bom, de coisa ruim eu quero distância!).
O friozinho leve traz aqueles arrepios que parecem tanto com paixão nova, a vontade de se aninhar no outro e incendiar a rotina. De cometer as loucuras de quando a idade deixava e a vergonha não era algo que incomodava.

Acho que vivo sempre meio no passada, flutuando nas coisas que foram e ficaram por ser. O que deu certo a vontade é reviver até exaurir. Os dias de sol, as noites não-tão-frias, as danças, as músicas, as mãos, os bilhetes em guardanapos...
O que deu errado, de resolver e deixar a folha em branco, sem mais manchas, porque o importante, pelo menos agora, não foi a dor que causou, mas a cicatriz que lateja de vez em quando e não se deixa esquecer das feridas antigas.
E do que não foi fica o sonho do que poderia ter sido, a paixão guardada, os sonhos, os suspiros, as lembranças e a eternidade na nossa cabeça.

É isso, essa nostalgia é aquilo que sempre faltou, e que quando não faltou foi rápido demais. É a falta do que nunca soube ser. Essas partes de mim que foram deixadas em alguns cantos, e que algumas coisas tem o poder de trazer em voga. Marcela e suas excentricidades, a intensidade, a teimosia, as paixões perversas, o desejo, a auto-destruição. Eu gostava dela, alcançava o que eu desisti.

Antes eu precisava de algo visual pra desencadear lembranças - fotos, ou ver alguém em algum lugar. Agora que esses ganchos visuais estão longe - não mais tenho fotos onde moro, estou no meu presente e ele me pediu pra deixar o passado, como se isso fosse possível - são poucas coisas que trazem essa nostalgia gostosa, uma música que fica na minha cabeça por dias, um sonho. Um fim-de-tarde, ou um domingo de sol. Sério, domingos. Ou um programa de TV em determinado horário - e eu nem vejo mais TV.

Aí passa, tudo passa. Mas como diz o Caio, alguma coisa sempre faz falta.
Não pretendo nada, mas essa é a fuga que me permito ter, voltar pra dentro de mim.

"Guarde este recado: alguma coisa sempre faz falta. Guarde sem dor, embora doa, e em segredo."

"A vida é agora, aprende. Ainda outra vez tocarão teus seios, lamberão teus pêlos, provarão teus gostos. E outra mais, outra vez ainda. Até esqueceres faces, nomes, cheiros. Serão tantos. O pó se acumula todos os dias sobre as emoções"


ps.: Caio Fernando Abreu é foda. Foda.

10 May 2010

Você acharia bobo se visse como eu imagino o quê um dia poderíamos ter sido. As coisas que fariamos juntos, todos clichês, todos fins de tarde num parque deitados no chão, rindo como se o mundo fosse somente aquilo: eu e você felizes por estarmos exatamente onde queríamos estar.

Todas as noites frias em que dormiríamos abraçados, ou de como eu riria dos seus cabelos bagunçados ao acordar, ou do dia em que eu iria tentar te barbear e você secretamente teria medo de que eu te cortasse.

Das coisas pequenas, dos desastres na cozinha e jantares não-programados, de como teríamos um ao outro e mesmo longe do resto não nos sentiríamos sozinhos.

Todas as cenas que nunca se concretizaram, todas as músicas que nunca ouvimos juntos, mas que mandamos um para o outro.

Dos filmes no sofá, das guerras de pipoca, de rolar no tapete fazendo cócegas um no outro, dos beijos, dos cheiros, eu sinto falta de tudo.

Desse futuro inventado que teria sido nossa história.

O que mais dói é saber que eu não quis tudo isso sozinha. E o quanto eu e você sempre pareceu tão certo.

21 April 2010

Dunce - Voltaire



I break the silence with my voice
and everyone turns around
to see the source of all the noise
and here i stand

its not as thought i mean to upset you
with the things i say and do
i should know better but i said so anyway

its easier to play a part
and read your lines
than freely speak what's
in your heart and in your mind
Is it me?
who says these things that so offend you?
Innapropriate and loud

i'd say I'm sorry
but it's hard to speak
with both feet in your mouth

all hail the king of dunces
You best hold on
I'm opening up my mouth
bring out the maypole
and tie up and shut me out
devil knows what possessed me
to shoot my arrow straight into the sky
string me to the mast and
hoist me up and hang me high
i put no blame on you
i brought this all upon myself
it's just this thing i do
at times like this
i wish i was someone else

there's a lever inside head
between my mouth and my brain
keeps me from hearing
what i've said until its too late
now it's too late
smear my lips with vaseline
because i'm a vocal libertine
I try to explain but even
i'm not quite sure what i mean

all hail the king of dunces
You best hold on
I'm opening up my mouth
bring out the maypole
and tie up and shut me out
devil knows what possessed me
to shoot my arrow straight into the sky
string me to the mast and
hoist me up and hang me high
i put no blame on you
i brought this all upon myself
it's just this thing i do
at times like this
i wish i was someone else

I don't know what to say
i was only trying to make you smile
and bring some needed levity
to your world for a while
i never meant to make you cry
but i did it all by myself
its just this thing i do
at times like this
i wish i was someone else

All hail the king of dunces
You best hold on
I'm opening up my mouth
bring out the maypole
and tie up and shut me out
devil knows what possessed me
to shoot my arrow straight into the sky
string me to the mast and
hoist me up and hang me high

All hail the king of fools
This boy's been bad
let's keep him after school
send me to the blackboard
and write a hundred times "i am the dunce"
devil knows what possessed me
to shut my mind and open up my mouth
string me to the anchor
and watch me drown in myself

13 April 2010


Eu mando mensagens secretas pelo meu I Heart It. Obviamente lá tem muitas besteiras, coisas minhas e que gosto (e que na maioria das vezes gostaria de te mostrar).
É quase meu próprio Post Secret (mas você precisa ter paciência, e adivinhar, para descobrir quais mensagens são suas).


http://weheartit.com/aggressive



estranho como fico mais nostálgica quando o tempo começa a esfriar.

20 February 2010

Hoje levantei no meio da madrugada porque sonhei com tudo aquilo que nunca tive, e o pouco que consegui também.

É bom, quase que demais, lembrar daquela noite. Da necessidade que não respondia à razão, ou bom senso.
Das sensações e emoções que até hoje nunca esqueci, e que daria tudo pra ter novamente.

Um dia garoto, você deixa de ser garoto e eu te pego.
Aí você vai ver o que os anos esperando por você fizeram comigo.

No seu lugar eu teria no mínimo medo. Ou não poderia mais esperar por isso.
Provavelmente ambos.

Na verdade é o que sinto.

03 February 2010

Eu queria ter te falado toda verdade. Não que algum dia eu tenha mentido para você, mas ocultei muito. Queria dizer o quanto doía, e dói, estar longe e o quanto isso é estranho, por nunca ter estado perto de verdade, tudo sempre ocorreu dentro da minha cabeça.

Queria ter feito tudo que queria, mesmo que contra sua vontade quando pude, porque hoje não posso mais. Porque hoje há um sentimento tão grande e tão vazio que nem nome tem. Eu faria tudo pelo tentar novamente.

Queria te contar o quanto é díficil não falar seu nome quando estou adormecendo, porque é em você que penso sempre antes de dormir, a hora mais complicada e dolorida do meu dia, cheia de ses e talvez. E sempre tento manipular meus sonhos para que você esteja neles.

Ah se eu pudesse ser ainda mais direta que já fui. Mas acho que isso pode doer em você. E não quero isso. Mas queria mais que falar, queria poder fazer. São anos com isso, e anos com ilusões. Minha imaginação nunca parou de parir idéias para o nós que nunca fomos.

Queria ter direito de sentir o que sinto por você. E o direito de concretizar o que acho que sentimos um pelo outro.