15 June 2007

Protect me from what I want



Quantas vezes a gente se vê vivendo mentiras, daquelas que é melhor fingir que não não se sabe do que encarar e acabar logo com elas? E quantas vezes elas não ficam martelando na nossa cabeça, lembrando que a sua felicidade momentânea é uma mentira também?

Não se pode indefinidamente esconder toda sujeira debaixo do tapete.

E eu só queria sair dessa espiral de mentiras, falsidades, decepções, medo, insegurança, pessoas erradas, tristeza.
É nadar até a praia e não ter mais forças para andar.

No fim não passamos de pedaços de carne expostos no açougue. As coisas, sentimentos, não valem nada, além da carne.



"Ouço o passar de mistérios e o respirar de monstros. Só acordes perfeitos e sussurros. O choque com a realidade obscurece-me a visão e submerge-me no sonho. Sinto a distância como uma ferida. A distância desenrola-se diante de mim como um tapete, posto antes dos degraus da catedral por casamento ou enterro.Desenrola-se como uma noiva vermelha entre os outros e eu, mas não consigo pisá-la sem um sentimento de desconforto como o que se tem nas cerimônias. A cerimônia de pisar o carpete desenrolado até o interior da catedral onde tem lugar os ritos a que sou estranha. Não caso nem morro. E a distância da multidão entre os outros e eu, não pára de aumentar."