12 October 2009

Queria reprimir esses pensamentos repetidos de desistir de tudo, já que nada dá certo, nunca, não para mim.
Minha felicidade sempre foi baseada em mentiras bonitas, minha paz sempre foi fundada apenas no oposto do sofrimento, no amortecimento, num estado de anestesia entre as turbulências.
Não quero mais tentar nada, nem quero mais alcançar. Queria me deitar confortavelmente e esquecer, dormir. Não quero mais ter que fazer nada e fracassar de novo, e de novo. Quantas vezes a gente pode desmoronar e se refazer? Quanto a gente sobrevive ao inóspito e à rejeição, a traição?
Não quero mais.

09 October 2009

Meu maior medo é quando todo esse rancor e toda a raiva passar.
Porque daí não vai ter mais nada. Nada.

04 October 2009

Eternal Sunshine of the Spotless Mind

- Você não entende. Não é que ainda tenha restado algo do que era ruim, não que eu já não tenha superado, esquecido, perdoado. Eu apenas não quero mais.
- Isso é novo. Eu não sou mais o mesmo, você também não. Você não sabe o que é.
- Não sei. Mas sinto que não quero saber dessa maneira. Lembra quando tudo aconteceu?
- Lembro.
- Eu só queria destruir tudo ao meu redor, e hoje, agora, eu quero novamente destruir. Só que não tenho mais nenhuma esperança que as coisas um dia vão dar certo, ou melhorar.
- Isso não é verdade.
- Para mim é.
- Deixa eu te ajudar como você um dia me ajudou?
- Se você quer tanto, me dê em doses homeopáticas. Eu jamais aceitaria outro tratamento de choque. Talvez eletrochoque, apenas. Li numa dessas revistas científicas que apaga a memória. Daria minha vida por uma memória nova.
- Eu te fiz isso?
- Eu me fiz isso.
Quero ir embora de novo.