02 August 2010

Soneto de Agosto

Engraçado como a gente só enxerga aquilo que quer e da maneira que nos convém. E pensando sobre isso lembrei desse soneto do Vinícius de Moraes, que casa perfeitamente com a data e o tema.


Soneto de Agosto

Vinícius de Moraes

"Tu me levaste eu fui... Na treva, ousados
Amamos, vagamente surpreendidos
Pelo ardor com que estávamos unidos
Nós que andávamos sempre separados.

Espantei-me, confesso-te, dos brados
Com que enchi teus patéticos ouvidos
E achei rude o calor dos teus gemidos
Eu que sempre os julgara desolados.

Só assim arrancara a linha inútil
Da tua eterna túnica inconsútil...
E para a glória do teu ser mais franco

Quisera que te vissem como eu via
Depois, à luz da lâmpada macia
O púbis negro sobre o corpo branco."

1 comment:

Anonymous said...

queria poder te tocar em uma noite doce em uma dia simples na madrudado torpe e sem sentido. Dizer palavras ao pe do ouvido em dias cinzas e outroras esquecidos. Queria poder sintir a carne entremecer ao meu toque. morro nestas singelas palavras mesmo assim queria conversar com vc marcela. zecahnin@gmail.com
espero que minhas palavras sinceras e simples nao morram