08 May 2006

Um beijo. Apenas um beijo.
Gostoso, afetuoso, molhado, sedutor, quente, úmido, apaixonado, enfim, um beijo. Daqueles feito tiros, calando a boca, arranhando, mordendo.
Um beijo, com amor ou sem.
Era tudo o que ela mais queria naquela noite de lua e de estrela.

E enquanto tomava sua bebida do e olhava para o céu, ela pôde perceber como mesmo esfumaçado, barulhento, caótico, estúpido, aquele lugar era acolhedor. Acolhedor como as mãos daquele cara que ela não tinha.

A cidade não descansava debaixo do seu olhar severo e magoado. As buzinas gritavam por amores urgentes, amores perdidos, amores carentes, amores desfeitos, amores satisfeitos, por amores inexistentes, por amores, apenas por amores e ela sorriu ao perceber que ninguém entendia o mesmo.

Poucos têm este dom – ela pensou – O dom divino e maravilhoso de perceber o amor.

E ela lembrou do sorriso lindo e charmoso daquele menino que havia lhe dado tchau.

Ao invés de chorar, ela sorriu.

Coisas da noites.

Coisas de noites de meninos lindos.

Coisas de quem nunca sabe qual é o momento certo...

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