29 May 2006

O jogo é: "Durma na minha cama e o amanhã não nos pertence".

- "me apaixono todo dia, e é sempre a pessoa errada."
- "eu gosto de você também."
- quero te sequestrar, quero você num universo paralelo, porque não somos para esse mundo, juntos.
- por que?
- porque você quando disse que me amava achou que eu estava dormindo, para agora dizer que não gosta mais de mim, enquanto ainda estou acordada.
- isso te machuca tanto assim?
- sim, porque assim me vejo obrigada a ir de encontro ao que não quero: os outros...


Era um mundo do qual eu nunca faria parte; olhava as mulheres entrando e saindo – O que é preciso para entrar? Talvez elas fossem realmente diferentes de mim: cheias de grandeza e sensibilidade. Precisava me reencontrar fora da margem – fora daquelas mulheres que transpiravam degradação interna. A resposta está na distância; e no silêncio repleto de mim. Fui tão rasa procurando respostas nas pessoas – nele. Estou certa de que ninguém saberia me dizer por quê. Queria chegar ao ponto em que as perguntas não mais significassem dor – mais fundo.
Só compreenderia minha existência plena quando chegasse ao fundo – de mim; e não dele. Hoje caminho para dentro do único mundo que me foi oferecido – o meu.
Estou certa de que ninguém saberia me dizer por quê. Queria chegar ao ponto em que as perguntas não mais significassem dor; mas o desafio da busca.
Tanto tempo sem sair de casa; redescobria a cidade e suas ruas cobertas de amarelo; seus prédios retos demais; suas curvas fechadas num único grito. O passo, ainda que desacertado, se tornava mais rápido a cada pensamento; temia que as idéias me escapassem antes de atingirem os ouvidos dele:
– Quero me desesperar no seu silêncio.

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