17 July 2008

Uma Valsa no Inferno

"Ele tem me amado; ah, eu sou o seu amor. Tenho tudo que poderia ter dele, as camadas mais secretas de ser, tais palavras, tais sentimentos, tais olhares, tais carícias, cada uma delas chamejando para mim unicamente. Tenho-o sentido embalado por minha suavidade, exultante com meu amor, apaixonado, possessivo, ciumento. Tenho crescido para ele, não fisicamente, mas como uma visão. Do que ele se lembra mais vividamente de nossos momentos juntos? A tarde em que permaneceu sobre o sofá em meu quarto enquanto eu terminava de me vestir para um jantar, com meu vestido oriental verde-escuro, perfumando-me, e ele, tomado de uma sensação de viver um conto de fadas, com um véu entre ele e eu, a princesa! É disso que ele se lembra enquanto estou deitada com o corpo quente em seus braços. Ilusões e sonhos. O sangue que ele derrama dentro de mim com gemidos de prazer, as mordidas em minha carne, meu odor em seus dedos, tudo isso desaparece diante da potência do conto de fadas."
Anaïs Nin


"Impedir que este desejo aconteça e se satisfaça reciprocamente entre as partes envolvidas é impedir que as pequenas porções de vida que somos não exerçam em plenitude o próprio processo de viver. Em outras palavras: negar o sexo é negar a própria vida. E como enxergamos, a satisfação do impulso sexual não obedece a leis plenamente conhecidas, e duvidamos mesmo que haja leis capazes de explicar como nasce e se satisfaz este impulso."

Trecho de "Liber II: De Re Sexualiatis et Voluptate ut Potestatem (ou, sobre o caráter da sexualidade e do desejo como potência)" da G.O.B.













































às vezes é tanto, outras nada. e nem por isso acaba.

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