29 August 2007

A Wolf at the Door

Dizem que sonhos são maneiras do nosso inconsciente falar. Freud ewscreveu 'N' coisas sobre, e existem milhares de teorias. Os meus ultimamente tem sido com o passado, uma saudade, um sopro. Talvez sejam as sucessivas perdas, a consciência que nada irá voltar. Talvez a consciência de que fiz tudo errado. É estranho sonhar com isso, até porque anda se tornando repetitivo. Posso acreditar em coisas metafísicas, em karma, que há coisas não resolvidas que precisam ser resolvidas. Mas pra que? Acho inútil remexer nisso. Até porque foi tão dolorido. Lembro que não menti, como muitos acreditavam, mas eu já estava tão sem forças que nem questionei. Lembro de que eu quis fazer as coisas certas, mas sou errada demais, e acabei errando de novo, omitindo de novo, machucando de novo.

No sonho havia beijos, e eu lembro ainda de como é seu beijo. Lembro da barba arranhando a pele, do ritmo. Lembro das mãos, como elas se comportavam. Lembro que gostava de segurar seu rosto, com o polegar perto da sua orelha e os outros dedos atrás dela, acariciando os cabelos. Minha outra mão costumava dar leves puxões na parte de trás dos seus cabelos, ou escorregavam para suas costas, com leves arranhões que iam aumentando a intensidade. E sonhei com isso, era meio que uma despedida decente, uma explicação não-necessária. Uma necessidade, capricho. Um sonho apenas. Mais um sonho.

Às vezes a certeza da inacessibilidade é uma dádiva, um bálsamo. Ainda mantenho minha impulsividade. Ainda tenho armas nas pontas dos meus dedos. Ainda lembro de como me perder no caminho reto.
Mas antes eu não tinha o que perder, agora tenho tudo.

Acalma, respira fundo, esquece. É mais fácil assim Marcela, é mais fácil...

1 comment:

Anonymous said...

"Há sem dúvida quem deseje o impossível, // Há sem dúvida quem não queira nada // Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles://
Porque eu amo infinitamente o finito // Porque eu desejo impossivelmente o possível,"