14 June 2006

Sensação terrível, e nem gostaria de nomeá-la, sob o risco de torná-la ainda mais palpável, real.

Silêncio velado, gritos mudos, a boca seca.
Sede.

Entregaria o leme da minha vida nas suas mãos.
Cansei de tentar manter algo que pareça coerente, em linha reta.

Quero bater contra a parede e sentir a sensação do sangue escorrendo até os lábios; metálico e salgado.

Cheiro de flores no meu pescoço, cheiro de polvóra nos meus dedos, hálito de enxofre.
Ácido, básico, neutro.

Deslizando.

Puxando a cadeira, fazendo sexo, dançando no palco, beijando bocas, estraçalhando corações: parece já um século.

Menos é menos, que multiplicando pode se tornar mais de algum modo que não lembro como.
Devoro.

Furem meus tímpanos, estuprem meu gosto, eu gosto de selvageria.

Rasgo sua camisa vermelha, rasgo sua pele branca até se tornar vermelha.
Pronto, para que uma camisa?

Coloco fogo no seu jeans predileto usando seu perfume.
Quase posso vê-lo queimando, você dentro.

Morda minhas coxas até sangrar, deixe marcas roxas por todo meu corpo: heis meu troféu.

Sorria, eu só estou na beira da loucura, ainda não cheguei lá...

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