14 February 2007

"Ela sempre enfurecia-se sozinha, irritava-se sozinha, suportava sozinha suas intensas convulsões emocionais, das quais ele nunca participava." Anaïs Nin
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Poucos são aqueles que controlam a situação. A consciência se distância do corpo e ruma às estrelas. Tornamo-nos marinheiros que acreditam no canto das sereias. Somos tão bobos e iludidos, vendidos e prostituídos por nossas idéias de certo e errado que não nos damos o trabalho de expor as questões que emergem do outro lado. Não mergulhamos para não nos sufocarmos. Somos ressonância em um mar de silêncio e ignorância.

Às vezes é bom sentir dor para nos sentirmos humanos. Buscamos ser imortais. Mas nos esquecemos de que o mundo é das químicas letais. Guardamos na gaveta mais profunda a violência e brutalidade que fez com que chegassemos aqui. Somos animais que temem reagir. Deixamo-nos ferir. Suportamos e, por dentro, desejamos explodir. A punição vai segurando as rédeas. Estamos com os ouvidos sempre arredidos. A moral vai levemente regrando. E nos lembramos que não há e nunca houve moral... Nos olhos, um pouco de medo do caos. Porem, é ele que controla estes dias. É preciso saber onde focar toda essa ira. Uma só bala pode matar a rainha. Talvez seja a hora certa para a queda de mais uma dinastia. O tão esperado tombo da bailarina.

Cobiçamos, mas tememos assumir o poder. Cante por aquilo que nunca irá ver, trancafiado em um corpo deformado, por suas atitudes rudes. Sente em uma cadeira e perceba que não há o que observar, toda vez que tenta desviar o olhar...
Qual o seu motivo, para desviá-lo?

O que você tem de medo, é exatamente o que vai ter de dor.

Sinta ao amanhecer o torpor. Perceba que não há ninguém ao seu redor. Despeça-se deste tom de pele. Revele.

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