29 July 2009

People keep telling me that I fall in love too easily- that I should protect my heart, that I shouldn’t wear my heart on my sleeve… I fall in love at least 20 times a day. I fall in love with the sky and the sun and the flowers and my children. I fall in love with smiles, with music on the radio and with french fries and Dr. Pepper. I fall in love with the sound of laughter, blue jeans, accents… Sometimes I fall in love with complete strangers, especially the ones holding hands and kissing in public. The ones who aren’t afraid to be in love with the idea of being in love either. I don’t mind the pain of unrequited love so much, because I think they’re wrong. Love looks good on me.

O Ventre Seco,

por Raduan Nassar.

Começo te dizendo que não tenho nada contra manipular, assim como não tenho nada contra ser manipulado; ser instrumento da vontade de terceiros é condição da existência, ninguém escapa a isso, e acho que as coisas, quando se passam desse jeito, se passam como não poderiam deixar de passar (a falta de recato não é minha, é da vida). Mas te advirto, Paula: a partir de agora, não conte mais comigo como tua ferramenta.

Você me deu muitas coisas, me cumulou de atenções (excedendo-se, por sinal), me ofereceu presentes, me entregou perdulariamente o teu corpo, tentou me arrastar pra lugares a que acabei não indo, e, não fosse minha feroz resistência, até pessoas das tuas relações você teria dividido comigo. Não quero discutir os motivos da tua generosidade, me limito a um formal agradecimento, recusando contudo, a todo risco, te fazer a credora que pode ainda chegar e me cobrar: "você não tem o direito de fazer isso". Fazer isso ou aquilo é problema meu, e não te devo explicações.

Nem foi preciso fazer um voto de pobreza, mas fiz há muito o voto de ignorância, e hoje, beirando os quarenta, estou fazendo também o meu voto de castidade. Você tem razão, Paula: não chego sequer a conservador, sou simplesmente um obscurantista. Mas deixe este obscurantista em paz, afinal, ele nunca se preocupou em fazer proselitismo.

E já que falo em proselitismo, devo te dizer também que não tenho nada contra esse feixe de reivindicações que você carrega, a tua questão feminista, essa outra do divórcio, e mais aquela do aborto, essas questões todas que "estão varrendo as bestas do caminho". E quando digo que não tenho nada contra, entenda bem, Paula, quero dizer simplesmente que não tenho nada a ver com tudo isso. Quer saber mais? Acho graça no ruído de jovens como você. Que tanto falam em liberdade? É preciso saber ouvir os gemidos da juventude: em geral, vocês reclamam é pela ausência de uma autoridade forte, mas eu, que nada tenho a impor, entenda isso, Paula, decididamente não quero te governar.

Sem suspeitar da tua precária superioridade, mais de uma vez você me atirou um desdenhoso "velho" na cara. Nunca te disse, te digo porém agora: me causa enjôo a juventude, me causa muito enjôo a tua juventude, será que preciso fazer um trejeito com a boca pra te dar a idéia clara do que estou dizendo? É bastante tranqüilo este depoimento, é sossegado, ao fazê-lo, me acredite, Paula, não me doem os cotovelos. Está muito certa aquela tua amiga frenética quando te diz que sou "incapaz de curtir gentes maravilhosas". Sou incapaz mesmo, não gosto de "gentes maravilhosas", não gosto de gente, para abreviar minhas preferências.

Você me levava a supor às vezes que o amor em nossos dias, a exemplo do bom senso em outros tempos, é a coisa mais bem dividida deste mundo. Aliás, só mesmo uma perfeita distribuição de afeto poderia explicar o arroubo corriqueiro a que todos se entregam com a simples menção deste sentimento. Um tanto constrangido por turvar a transparência dessa água, há muito que queria te dizer: vá que seja inquestionável, mas tenho todas as medidas cheias dos teus frívolos elogios do amor.

Farto também estou das tuas idéias claras e distintas a respeito de muitas outras coisas, e é só pra contrabalançar tua lucidez que confesso aqui minha confusão, mas não conclua daí qualquer sugestão de equilíbrio, menos ainda que eu esteja traindo uma suposta fé na "ordem", afinal, vai longe o tempo em que eu mesmo acreditava no propalado arranjo universal (que uns colocam no começo da história, e outros, como você, colocam no fim dela), e hoje, se ponho o olho fora da janela, além do incontido arroto, ainda fico espantado com este mundo simulado que não perde essa mania de fingir que está de pé.

Você pode continuar falando em nome da razão, Paula, embora até o obscurantista, que arranja (ironia!) essas idéias, saiba que a razão é muito mais humilde que certos racionalistas; você pode continuar carreando areia, pedra e tantas barras de ferro, Paula, embora qualquer criança também saiba que é sobre um chão movediço que você há de erguer teu edifício.

Pense uma vez sequer, Paula, na tua estranha atração por este "velho obscurantista", nos frêmitos roxos da tua carne, nessa tua obsessão pelo meu corpo, e, depois, nas prateleiras onde você arrumou com criterioso zelo todos os teus conceitos, encontre um lugar também para esta tua paixão, rejeitada na vida.

Sabe, Paula, ainda que sempre atenta à dobra mínima da minha língua, assim como ao movimento mais ínfimo do meu polegar, fazendo deste meu canto o ateliê do desenhista que ia no dia-a-dia emendando traço com traço, compondo, sem ser solicitada, o meu contorno, me mostrando no final o perfil de um moralista (que eu nunca soube se era agravo ou elogio), você deixou escapar a linha mestra que daria caráter ao teu rabisco. Estou falando de um risco tosco feito uma corda e que, embora invisível, é facilmente apreensível pelo lápis de alguns raros retratistas; estou falando da cicatriz sempre presente como estigma no rosto dos grandes indiferentes.

Não tente mais me contaminar com a tua febre, me inserir no teu contexto, me pregar tuas certezas, tuas convicções e outros remoinhos virulentos que te agitam a cabeça. Pouco se me dá, Paula, se mudam a mão de trânsito, as pedras do calçamento ou o nome da minha rua, afinal, já cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho, dou-lhe o meu silêncio.

No pardieiro que é este mundo, onde a sensibilidade, como de resto a consciência, não passa de uma insuspeitada degenerescência, certos espíritos só podiam mesmo se dar muito mal na vida; mas encontrei, Paula, esquivo, o meu abrigo: coração duro, homem maduro.

Não me telefone, não estacione mais o carro na porta do meu prédio, não mande terceiros me revelarem que você ainda existe, e nem tudo o mais que você faz de costume, pois recorrendo a esses expedientes você só consegue me aporrinhar. Versátil como você é, desempenhe mais este papel: o de mulher resignada que sai de vez do meu caminho.

Entenda, Paula: estou cansado, estou muito cansado, Paula, estou muito, mas muito, mas muito cansado, Paula. (Teu baby-doll, teus chinelos, tua escova de dentes, e outros apetrechos da tua toalete, deixei tudo numa sacola lá embaixo, é só mandar alguém pegar na portaria com o zelador.)

Ainda: "a velha aí do lado", a quem você se referia também como "a carcaça ressabiada", "o pacote de ossos", "a semente senil" e outras expressões exuberantes que o teu talento verbal sempre é capaz de forjar mesmo para falar das coisas mirradas da vida, nunca te revelei, Paula, te revelo agora: "aquele ventre seco" é minha mãe, faz anos que vivemos em kitchenettes separadas, ainda que ao lado uma da outra. Não seja tola, Paula, não estou te recriminando nada, sempre assisti com indiferença aos arremedos que você fazia da "bruxa velha, preparando a poção pra envenenar nossas relações". Te digo mais: você talvez tivesse razão, é provável que ela vivesse a espreitar minha porta das sombras da escadaria, é provável que ela do fundo dos corredores te olhasse "de um jeito maligno", é provável ainda que ela, matreira dentro do seu cubículo, te alcançasse todas as vezes que você saía através do olho mágico da sua porta. Mas contenha, Paula, a tua gula: você que, além de liberada e praticada, é também versada nas ciências ocultas dos tempos modernos, não vá lambuzar apressadamente o dedo na consciência das coisas; não fiz a revelação como quem te serve à mesa, não é um convite fecundo a interpretações que te faço, nem minha vida está pedindo esse desperdício. Quero antes lembrar o que minha mãe te dizia quando você, ao cruzar com ela, e "só pra tirar um sarro", perguntava maliciosamente por mim, te sugerindo eu agora a mesma prudência, se acaso amanhã teus amigos quiserem saber a meu respeito. Você pode dispensar "a ridícula solenidade da velha", mas não dispense o seu irrepreensível comedimento, responda como ela invariavelmente te respondia: "não conheço esse senhor".


Extraído do livro ""Menina a caminho", Companhia das Letras – São Paulo, 1997, pág. 61.

02 July 2009

Posso olhar pela fresta da janela que o que vejo não ainda será meu mundo. Meu é apenas o sentido de infinito que dou a isso, e com minhas palavras tenho assim meu próprio universo, minhas convenções.

Teu signo é vazio, sem sentindo. Não existe problema algum em nossa metafísica, em nossos mundos paralelos, mas os criamos e não suportamos a escuridão das noites e nem a liberdade do mar aberto a nossa frente. Nunca queremos estar sujeitos às tempestades.

O direito de sonhar e resistir é roubado de nós em nosso próprio cotidiano. Somos conscientes que a luz não nos pertence.

Não abandone sua essência, mas compreenda ser um humano no mundo, já que não possuímos o poder da verdade. Poderia caminhar sobre o abismo sem medo da dúvida e da confusão. Não vejo o mundo de forma límpida e não vejo a essência da verdade, caso ela exista. Só estou interpretando tudo, o sentido, a subjetividade.

Minha crítica é mercadoria, então o que eu ainda poderia ser?
Mercadoria disciplinada...

29 June 2009


"Olá borboletas, é sempre bom lhes reencontrar."

26 June 2009

"Clementine: Joely?
Joel: Yeah Tangerine?
Clementine: Am I ugly?
Joel: Uh-uh.
Clementine: When I was a kid, I thought I was. I can't believe I'm crying already. Sometimes I think people don't understand how lonely it is to be a kid, like you don't matter. So, I'm eight, and I have these toys, these dolls. My favorite is this ugly girl doll who I call Clementine, and I keep yelling at her, "You can't be ugly! Be pretty!" It's weird, like if I can transform her, I would magically change, too.
Joel: [kisses Clementine] You're pretty.
Clementine: Joely, don't ever leave me.
Joel: You're pretty... you're pretty... pretty..."

24 June 2009

Carta nº X

Querido,

Já faz tempo que não te escrevo, não!, digo, realmente, escrever.
É que por aqui as coisas são sempre as mesmas, você sabe, ou talvez não. Espero que esta te alcance, pois sei que não é de seu hábito manter longa estadia em lugar algum.
Você está longe, mas ainda é o seu sorriso que inspira minhas noites insones. Sete, uma para cada dia da semana, para cada uma das tuas cores que estão todas dentro de mim. Minha voz já não é a mesma, você não a reconheceria se pudesse escutar, às vezes penso que todos os meus sonhos não passaram de enganos, e às vezes, mas só às vezes, tenho vontade de me enterrar num trivial sem futilidades.

Por onde correm teus olhos nestes dias tão longos? Vê que já não conto o tempo, nem preciso fazê-lo para saber que se arrasta. Meu tempo sempre se arrasta e me dá a impressão de viver o mesmo tempo desde o início da consciência. Mas os instantes são breves, não é? Embora os dias sejam lentos, seus instantes são breves.

Tenho pena, tanta pena dos olhares jovens que encontro! Porque os jovens são facilmente explorados...Todos os jovens podiam ser artistas de nada. E eu arrasto rugas que o tempo ainda não me deu, tenho os ombros corcundas de carregar o marasmo.

Queria te ver. Já nem sei o que é do teu rosto sempre tão turvo, e me esqueço em teus dedos inábeis para o destino. Ou me engano, acaso não é você meu destino, vai ver destino é apenas mais uma distância, nota que as duas coisas se parecem, "todas as coisas se parecem", você dirá sem se parecer com nada.

Cruel você, mas eu também o sou. Estou só desde o primeiro dia em cheguei acompanhada de uma paixão que me tomou, me sufocou, dizimou e se mostrou não pertencer a mim.
Sabe, pouco me aguento em cronologias, há um monte de complexos no meu colchão, talvez devesse trocá-los por um livro que os pudesse explicar, que acha?

Quero olhos nas minhas paredes, no meu espelho, mas que olhos me quereriam avistar? Tenho saudades que só se entendem em linhas de poesia e em mudas canções inacabadas. Existem coisas em mim que só se resumem na falta de. Parece bobagem, mas a distância percorrida pelos pés me assusta, tenho vergonha deles. Dos meus e dos seus.
Estou cansada de sentir medo, vergonha. Vai saber o dia não se resolve apático.

M.

22 June 2009

Não gosto quando isso acontece. E isso não acontecia há muito tempo.
Deve ser minha incrível capacidade para querer o impossível.
A pior coisa. Aquela fadada a dar errado e causar caos e mágoa.



Mas não seria eu mesma se não fosse eu querendo o impossível.

17 June 2009

"Dunce"

Acho que eu ainda penso muito naquilo.
Ainda sinto muita falta do 'se'. Se a gente não tivesse dito adeus aquele dia. Se não houvesse tanto medo e tanto peso para carregar.
Nos vários talvez.
No que não foi dito. Ou o que foi dito demais.

Estava lembrando das madrugadas. Acho que era muito mais frias que qualquer outras que me lembre, ou talvez seja o eco do que sentia que me faz lembrar delas assim, glaciais.

De quando joguei tudo pro alto e fui. E quando você fugiu e se arrependeu.
E falou que você era exatamente como a música.

É, eu ainda penso demais nisso.




Dunce

Voltaire

I break the silence with my voice
and everyone turns around
to see the source of all the noise
and here i stand

its not as thought i mean to upset you
with the things i say and do
i should know better but i said so anyway

its easier to play a part
and read your lines
than freely speak what's
in your heart and in your mind
Is it me?
who says these things that so offend you?
Innapropriate and loud

i'd say I'm sorry
but it's hard to speak
with both feet in your mouth

all hail the king of dunces
You best hold on
I'm opening up my mouth
bring out the maypole
and tie up and shut me out
devil knows what possessed me
to shoot my arrow straight into the sky
string me to the mast and
hoist me up and hang me high
i put no blame on you
i brought this all upon myself
it's just this thing i do
at times like this
i wish i was someone else

there's a lever inside head
between my mouth and my brain
keeps me from hearing
what i've said until its too late
now it's too late
smear my lips with vaseline
because i'm a vocal libertine
I try to explain but even
i'm not quite sure what i mean

all hail the king of dunces
You best hold on
I'm opening up my mouth
bring out the maypole
and tie up and shut me out
devil knows what possessed me
to shoot my arrow straight into the sky
string me to the mast and
hoist me up and hang me high
i put no blame on you
i brought this all upon myself
it's just this thing i do
at times like this
i wish i was someone else

I don't know what to say
i was only trying to make you smile
and bring some needed levity
to your world for a while
i never meant to make you cry
but i did it all by myself
its just this thing i do
at times like this
i wish i was someone else

All hail the king of dunces...

All hail the king of fools
This boy's been bad
let's keep him after school
send me to the blackboard
and write a hundred times "i am the dunce"
devil knows what possessed me
to shut my mind and open up my mouth
string me to the anchor
and watch me drown in myself
Algumas músicas, e cd's inteiros, eu costumo associar a livros que estou lendo. Untouchables, do Korn, é um desses casos. Quando foi lançado fiquei escutando milhões de vezes enquanto lia os dois volumes do "A Hora das Bruxas", Anne Rice. Hoje quando escuto alguma música desse cd não tem como não lembrar da história.

Se não me engano esse livro não é mais editado. Uma das loucuras da autora depois de virar protestante foi não editar mais os livros dos quais ela detinha o direito (Anne Rice hoje em dia escreve sobre Jesus Cristo ao invés de seus clássicos vampiros e outros seres míticos) e aparentemente o A Hora das Bruxas é um desses livros...
Mas se quiser dá uma olhada: http://maisbook.blogspot.com/2008/09/hora-das-bruxas-volume-i-ii-anne-rice.html

Aliás, para quem gosta de Korn, o Untouchables é um dos últimos cd's que eles lançaram que eu gosto, e que vale a pena escutar inteiro.



Hollow Life
Korn

Beating the fall
I can’t help but desire of falling down this time
Deep in this hole of my making I can't escape
Falling all this time

We come to this place
Falling through time
Living a hollow life
Always we're taking
Waiting for signs
Hollow lives...

Fearing to fall and
Still the ground below me calls
Falling down this time
Ripping apart all
These things I have tried to stop
Falling all this time

We come to this place
Falling through time
Living a hollow life
Always we're taking
Waiting for signs
Hollow lives...

Is there ever any wonder why we look to the sky?
Search in vane?
Asking why?
All alone?
Where is God?
Looking down?
We don’t know?

We fall in space,
We can't look down,
Death may come
Peace I have found
What to say?
Am I alive,
Am I asleep?
Am for I died

(Wanting Peace)
We fall in space
(Wanting Peace)
We can't look down,
Death may come,
(Something takes a hold of me)
Peace I have found
(Something takes a hold of me)
I want to say my whole life,
Am I asleep?
We fall down.

We come to this place
Falling through time,
Living a hollow life,
Always we're taking
Waiting for signs,
Hollow lives...

Is there ever any wonder why we look to the sky?
Search in vane?
Asking why?
All alone?
Where is God?
Looking down?
We don’t know?

We fall in space
We can't look down
Death may come.
Peace I have found

25 May 2009

Elis Regina cantando "Atrás da Porta" é tão lindo, tão lindo... e me trás tantas lembranças. Engraçado como as coisas passam, mas as sensações continuam forte mesmo depois de tanto tempo.

Quando escuto essa música parece que sou eu ali chorando de novo e tentando "provar que ainda sou tua".

07 May 2009

"Yeah, you're sorry, I'm sorry, everybody's sorry, but... I can't do this anymore.
I can't.
And I won't."

29 April 2009

Makes da Sephora?
Sim, por favor, e embala para viagem!

Isso é tão "Delírios de Consumo de Becky Bloom"...

22 April 2009

Lenine me deixa nostálgica. Muito.

Distantes Demais
Lenine

Somos somente a fotografia.
Dois navegantes perdidos no cais
Distantes demais.

Somos instantes, palavras, poesia
Dois delirantes ficando reais
Distantes demais

Noites de sol, loucos de amar,
Quem poderia nos alcançar.
Eu e você, sem perceber,
Fomos ficando iguais,
Longe,
Distantes demais

14 April 2009

Eu sou assim um pouco obsessiva demais sabe...
Quando gosto, gosto muito, e quando não...

E o que acontece hein? Não entendo.
E nem quero.

16 March 2009

*content deleted*

05 March 2009

11 February 2009

Meu novo vício: http://blip.fm/aggressive ^_^
Muito bom poder fazer uma playlist sem precisar dar upload e ficar horas procurando músicas. Apesar de não achar 100¢ do que gostaria de escutar por lá, acho pelo menos uns 80¢, o que já acho muito bom.

Incrível como coisas bobas como música, ou compras, me deixam TÃO bem e relaxada. Diria até feliz.

30 January 2009

Almost Blue com Chet Baker me faz querer ser outra pessoa em outro lugar.

Arrepios.

A música mais linda que já escutei.

Almost blue
Almost doing things we used to do
There's a girl here and she's almost you
Almost
All the things that your eyes once promised
I see in hers too
Now your eyes are red from crying

Almost blue
Flirting with this disaster became me
It named me as the fool who only aimed to be

Almost blue
It's almost touching it will almost do
There's a part of me that's always true... always

Not all good things come to an end now, it is only a chosen few
I have seen such an unhappy couple

Almost me

Almost you

Almost blue
Oh my, como eu não suporto ciúmes e sentimento de posso.
Acho que nunca vou aprender a lidar com essas coisas.
Mas POR QUE as pessoas insistem em ter esses sentimentos tão destrutivos?

19 January 2009

Gosto de sentar na mesa da lanchonete, meu café quente, ler jornal sem muita pressa.
Gosto de me divertir com amigos e pessoas legais numa tarde de chuva, comendo muito e falando besteira.
Simples como deveria ser.

É o que tenho de suave, e me faz tão mal.

14 January 2009

Depois ainda perguntam por que falo o que costumo falar, por que penso essas coisas, por que tenho esse instinto assassino homicida-suicida.
Por que?
Porque a vida é nada.

02 January 2009

É ano novo de novo e não sinto nenhuma diferença. Nem preciso, mas não sinto necessidade mais em fazer desse rito algo realmente significativo. Amadurecer é duro para quem se deixa crescer e afastar os mitos de perfeição da vida humana.
O bom são meus amigos perto.

se eu pudesse pedir algo para esse ano novo seria que os fantasmas dos natais passados parassem de tentar aparecer de novo: vocês não tem mais espaçao e eu sempre os vejo por aqui.

24 December 2008


I hate christmas!!!

23 December 2008

Tem coisas que só uma música pode falar sem parecer agressiva demais.
E a música dos últimos tempos tem sido:


Hoje eu Quero Sair Só

Lenine

Se você quer me seguir
Não é seguro
Você não quer me trancar
Num quarto escuro
Às vezes parece até
Que a gente deu um nó
Hoje eu quero sair só...

Você não vai me acertar
À queima-roupa
Vem cá, me deixa fugir
Me beija a bôca
Às vezes parece até
Que a gente deu um nó
Hoje eu quero sair só...

Não demora eu tô de volta
(Tchau!)
Vai ver se eu tô lá na esquina
Devo estar!
(Tchau!)
Já deu minha hora
E eu não posso ficar
(Tchau!)
A lua me chama
Eu tenho que ir prá rua
(Tchau!)
A lua me chama
Eu tenho que ir prá rua...

Hoje eu quero sair só!
Hoje eu quero sair só!
Hoje eu quero sair só!

Huuuum!
Você não vai me acertar
À queima-roupa, naum!
Vem cá, me deixa fugir
Me beija a bôca
Às vezes parece até
Que a gente deu um nó
Hoje eu quero sair só...

Não demora eu tô de volta
(Tchau!)
Vai ver se eu tô lá na esquina
Devo estar!
(Tchau!)
Já deu minha hora
E eu não posso ficar
(Tchau!)
A lua me chama
Eu tenho que ir prá rua
(Tchau!)
A lua me chama
Eu tenho que ir prá rua
(Tchau!)

Vai ver se eu tô lá na esquina
Devo estar!
(Tchau!)
Já deu minha hora
E eu não posso ficar
(Tchau!)
A lua me chama
Eu tenho que ir prá rua
(Tchau!)
A lua me chama, chama...

Hoje eu quero sair só!
Hoje eu quero sair só!
Hoje eu quero sair só!
Hoje eu quero sair só!
Tchau! Tchau!
Tchau! Tchau!

A lua me chama
(Tchau!)
Eu tenho que ir prá rua
(Tchau!)
A lua me chama
Eu tenho que ir prá rua...

Hoje eu quero sair só!
Hoje eu quero sair só!
Hoje eu quero sair só!
Hoje eu quero sair só!
Queria ser Scarlett O'Hara.

22 December 2008

ainda fico arrepiada quando escuto Change.

Supermassive Black Hole

Muito estranho esses sonhos, ainda mais porque não quero sonhar com isso há muito tempo. Já quis, agora não quero mais. É mais um dos meus modos de fuga, talvez por isso eu durma tanto, que eu viva com sono. Anyway, esse não é realmente o caso. Queria que simplesmente parasse.
Estou com medo, de novo. As coisas se mostram cíclicas, cada vez mais sérias. Antes tudo não passava de brincadeira. Agora... sei lá. Não deixa de ser também, mas não sei como fazer desse jeito. Deixar acontecer. Eu quero, muito, acho que realmente deixaria tudo para trás, mas não sei se depois aguentaria. Adoraria novamente a chance da folha em branco diante das minhas mãos e meus pés na estrada sem rumo. Mas sou certinha demais para me deixar ir ao sabor do vento. Certinha no sentido de medrosa, tenho que assumir. Sinto-me muito responsável por assuntos dos outros, como a própria vida deles ou sua saúde e felicidade. Sabe-se lá onde deixei a minha por conta disso. Vejo-me tornando cada dia mais amarga e fria por causa disso: cuidar e amar jamais deveria ser uma obrigação, acho que era para ser mais autruísta e legitimo que chantagens baratas de seriados baratos de tv.
Talvez deja por isso que esses sonhos idiotas andam me rondando, antes eu fazia isso também, aliás, sempre fiz, mas foi quando tomei consciência que fazia e quis parar. Nunca consegui. Deixei minha oportunidade de ir para fora por causa dos meus pais, esses mesmo que não ligam se eu levo uma vidinha miserável perto do que estava me esperando apenas para que eu atenda as necessidades dele. Ó, claro, quando eles morrerem poderei ter minha vida de volta. Sei.


Adoro falar coisas que ninguém entende.

17 December 2008

Acho que meio é isso, a tensão entre a responsabilidade e a liberdade.
Tenho uma idéia meio boba, mais uma desculpa para ir embora, só que agora sem nenhum embasamento. Queria ir para bem longe, mas sei o quanto é complicado e dolorido. Sou uma medrosa, e meu maior medo é de mim mesma sozinha. A imagem que ainda guardo é o 12º andar, a cidade inteira brilhando na minha varanda, as árvorezinhas lá embaixo e um rascunho mental de como eu ficaria se me jogasse dali. Sabe, medo. Covardia mesmo.

11 December 2008

Sunset Moon


a luz laranja vinha filtrada pelas folhas e pelas flores, no fim de tarde era inebriante o cheiro, quase enjoativo, mas não havia como não ficar arrepiada toda vez que o sol de punha deixando tudo âmbar, com aroma de flores, o vento leve dando nós nos cabelos. sentada no meio fio olhando e imaginando outra realidade, ou outras várias. uma de filme, uma bonita. gosto de pensar que estou sendo observada e que o desfecho feliz está quase para se confirmar. quase.
caminhando pela rua abaixo ainda sentindo o vento, ainda sentindo o cheiro, ainda sentindo o resto de calor do sol que se pôs pintando tudo de rosa, a lua do outro lado do céu brigando com as cores claras demais e vendo que ainda não é seu palco ideal. na maior parte do tempo a entendo, sinto-me fora de curso, inapropriada como tal lua que teima em tentar reinar perante o sol a se pôr. as crianças gritando e correndo, as pessoas apressadas para voltar para casa no fim de tarde, cansadas e nem prestando atenção no espetáculo. na maioria das vezes eu também não presto atenção, mas quando consigo perceber ao redor tudo me atinge com uma força desproporcional e me sinto como se a gravidade estive se aplicando com mais força sobre mim. tudo é tão simples e tão profundo e tão tão... belo que dói. na vida real ninguém repara nessas coisas quando se tem tantos problemas, contas, chefes, gritos, trânsito, dinheiro, chuva, computador. por isso fantasio ser um filme, um romance simples e fácil de ver, daqueles que a gente sai sorrindo e se sentindo mais leve por um tempo, para depois começar a se preocupar de novo. no meu romance obviamente sou a mocinha esperando, não que eu seja boa ou frágil ou ideológica ou qualquer coisa que as mocinhas de filme costumam ser, sou eu porque sou eu quem sonho e espero - o que sei fazer de melhor. a música que deveria ser onipresente vem dos fones de ouvido, minha trilha sonora.
é bonito isso, perceber um pedaço de poesia pura no meio da minha vida.
vou sentir falta desses momentos quando tiver que ir embora.

09 December 2008

Dejà vu.

03 December 2008

Bem, ao menos nós dois pareciamos um casal bonito.

02 December 2008

Playlist - 21:30, 02,12,2008

Aka, Prova "A"



Ludwig van Beethoven - Sonata ao Luar
Ludwig van Beethoven - Fur elise
Wolfgang Amadeus Mozart - Requiem - Lacrimosa dies illa
Wolfgang Amadeus Mozart - Requiem - Dies irae
Claude Debussy - Arabesque #1
Claude Debussy - Prélude à l'après-midi d'un faune
Claude Debussy - L'après-midi d'une faune
Claude Debussy - Clair de Lune
Claude Debussy - La Mer -movement 1- Abbado Lucerne
Claude Debussy - Reverie
Johann Pachelbel - Canon in D Major
Richard Wagner - Lohengrin Prelude
Richard Wagner - Siegfried funeral march
Richard Wagner - Walkürenritt
Richard Wagner - Parsifal Prelude
Richard Wagner - Tristan & Isolde Prelude

Moonlight Sonata

andei me esquecendo o quanto eu gosto de coisas mais clássicas, piano.
sonata ao luar faz meu coração ficar minúsculo, mas é tão linda... a impressão que tenho é de flutuar em meio a flocos de gelo, muito frio e muito escuro, mas nada além disso para se preocupar. as notas tão perfeitas guiam o caminho, mesmo de olhos fechados, e apenas a luz baça faz com que tudo não seja nada além de negro.
nessas horas eu queria ter aprendido a tocar piano, piano piano mesmo, não teclado ou genérico do tipo.

imagens.
pequenos flocos de neve descendo e rodopiando, derretendo na pele que se esquenta com alguma emoção indistinguível. e se realmente há lua, é lua nova.

26 November 2008

acho realmente que alguém devia perceber o quão louca estou e me internar. isso não pode ser normal, esse eterno abismo que me sinto caindo, até mesmo quando as coisas vão bem, ou não ter qualquer motivação para qualquer coisa que não seja uma fuga. sem expectativas para nada, nunca. sempre querendo mais, mesmo quando não sei o que, ou querendo aquilo que jamais vou poder possuir, viver, assimilar, tocar.
um enorme buraco que so aumenta, onde as bordas cedem constantemente, com qualquer pressão ou oscilação.
só queria que isso parasse.

17 November 2008

Acho que perdi, não sei onde, aquela cola estranha para colar os pedacinhos. Das coisas, de mim.

10 November 2008

Meu humor anda horrível. idéias idiotas rondando minha cabeça, sentimentos que não combinam mais com isso tudo. sinto-me uma criança sem saber como agir. querendo ser outra pessoa completamente diferente de mim. mais esperta, mais inteligente, menos estranha, mais sagaz. sei lá, diferente apenas. é como se o mundo girasse em uma direção, mas meu senso está tão caótico que eu me sinto na direção contrário, e isso me causa uma vertigem absurda, sem saber onde estão meus pés ou onde fica o chão. desorientação. argh.

05 November 2008

Eu sou tão estabanada, desastrada, desatenta que eu realmente tenho certeza que nunca vou sair disso, nunca vou conseguir nada de verdade na minha vida.
Queria ser um pouco melhor apenas.
Estranho como me sinto triste quando penso nisso ainda. É como se tivéssemos algo muito importante, mas não conseguimos chegar nem perto.
Estranho como coisas estranhas, esquisitas, deliciosamente fora de contexto me fazem lembrar daqueles cabelos estrategicamente descabelados e outros detalhes deveras marcantes.
Estranho pensar que o nunca mais se aplica nesse caso, mas ninguém morreu, ainda.

03 November 2008

eu tenho tanta raiva ainda guardada dentro de mim que tenho medo de quando eu não puder mais represar isso.
queria tanto que a vida fosse simples, e eu menos covarde de perder quem não possuo.

29 October 2008

Remexendo em links antigos achei meu blog de 2003.
Nossa, como tudo mudou.
Como tudo continua exatamente igual.

Pequeno


"Ninguém compreende que o comum não é mais que uma fachada, um personagem de comédia, e que o resto está escondido e há que se mostrar.
Outra coisa sobre a que me é impossível escrever: os que estancaram suas vidas e optaram por viver na superfície, continuar fiéis às idéias, à música, aos livros que conheciam aos 20 anos, os que têm um sentido de humor trancado, uma superfície esmaltada, decorada, que exclui todo o reconhecimento de tragédia inclusive quando recai sobre si próprios, que estão empenhados em neutralizar as desordens profundas, as crises, os desejos insatisfeitos.
Não quero escalar estes muros. Construíram o no medo e o que está enterrado já está deteriorado.
A órbita dessas pessoas é pequena, definida. Pode ser que me agradem como seres humanos, mas para mim são como os intocáveis. Não foram marcados pelos grandes mistérios da vida, nem por tormentas ou grandes momentos."

Anais Nïn

28 October 2008

Sono sono sono sono.
Muito sono.
Muito quente.
Muito ruim.
Por mim dormia até cansar, e depois mais um pouco, pra descansar.
Eu e meus filhos, num lugar bonito e fresco.

06 October 2008

Tanto sangue em vão

Tem essas músicas que me fazem voltar no tempo, muito tempo... 1996 foi um ano ruim.
Foi um ano de dor e drama, foi o ínicio disso tudo, meu prelúdio.
Uma outra vida... tão longe, tão nova, tão doce, tão crédula. Tão eu.

Era um sofrimento que eu não sabia de onde vinha, e vinha de mim. Tenho a impressão de que tudo era extremo naquele tempo, ou os dias quentes e claros demais, ou frios e cinzas, molhados, com cheiro de incenso. Com gosto salgado. Com danças na chuva, com suor na pele bronzeada. Extremos.

Posso quase dizer que sou o negativo daqueles dias, ou aqueles dias são o negativo de quem sou hoje. Ainda não me decidi quem ser de verdade.

Lembro das tentativas de viver um passado, uma outra vida dentro dessa vida, que agora são milhares passadas.

As velas, as sombras, as noites, as vozes, os gostos, as vontades. Moíses e o cordeiro em cima do monte para serem imolados sobre as tábuas que não salvam ninguém.

As músicas.



Tem músicas que me fazem voltar no tempo. Há muito tempo...





Acrilic on Canvas

Legião Urbana

É saudade, então
E mais uma vez
De você fiz o desenho mais perfeito que se fez
Os traços copiei do que não aconteceu
As cores que escolhi entre as tintas que inventei
Misturei com a promessa que nós dois nunca fizemos
De um dia sermos três
Trabalhei você em luz e sombra

E era sempre, Não foi por mal
Eu juro que nunca quis deixar você tão triste
Sempre as mesmas desculpas
E desculpas nem sempre são sinceras
Quase nunca são

Preparei a minha tela
Com pedaços de lençóis que não chegamos a sujar
A armação fiz com madeira
Da janela do seu quarto
Do portão da sua casa
Fiz paleta e cavalete
E com lágrimas que não brincaram com você
Destilei óleo de linhaça
Da sua cama arranquei pedaços
Que talhei em estiletes de tamanhos diferentes
E fiz, então, pincéis com seus cabelos
Fiz carvão do baton que roubei de você
E com ele marquei dois pontos de fuga
E rabisquei meu horizonte

E era sempre, Não foi por mal
Eu juro que não foi por mal
Eu não queria machucar você
Prometo que isso nunca vai acontecer mais uma vez

E era sempre, sempre o mesmo novamente
A mesma traição

Às vezes é difícil esquecer:
"Sinto muito, ela não mora mais aqui"
Mas então, por que eu finjo
Que acredito no que invento?
Nada disso aconteceu assim
Não foi desse jeito
Ninguém sofreu
É só você que me provoca essa saudade vazia
Tentando pintar essas flores com o nome
De "amor-perfeito"
E "não-te-esqueças-de-mim"

02 October 2008

Não sei porque hoje pensei nisso, aliás, nem é de hoje que penso, mas foi apenas hoje que procurei como fazer: Doação de Medula Óssea.

Um tempo atrás tentei doar sangue, mas descobri que não posso por causa de uma maldita anemia genética que tenho, além do fato de quase nunca ter o peso mínimo... Coisas factíveis bizarras da minha vida e compleição física. Não é por querer ser algo como heroína nem nada disso, acho que fazer essas coisas deveria ser normal. Que nem cortar unha, cabelo, pagar impostos... Ok, a maioria das pessoas só pára para pensar nisso quando está ou tem alguém conhecido precisando e eu quero antecipar a necessidade de alguém, ou minha, vá saber.

Mas sabe, no fundo eu realmente queria ajudar alguém. Sem julgar merecimentos. Mais ou menos aquela coisa de ser bom por ser ingênuo, anonimato.

Não sei se vou poder doar, mas irei ao hemocentro fazer o exame para ver se posso. E realmente? Espero que sim. Eu tenho medo da punção e tal, deve doer pra caralho, mas foda-se, porque se eu precisar fazer isso é porque alguém está sofrendo bem mais que eu. Quero alguém para me acompanhar, quem topa?




Aqui umas informações bem interessantes sobre a doação em si, retiradas de uma entrevista do Dr. Drauzio Varella com a Dra. Carmen Vergueiro, que é hematologista e membro da AMEO (Associação de Medula Óssea):

"Drauzio – Como se doa a medula óssea?
Carmen Vergueiro –Existem duas formas de doar a medula óssea: por punção de veia periférica para filtração das células-mãe, as células progenitoras, através de um aparelho ou puncionando a medula diretamente da cavidade do osso.

Drauzio – Como é feita a doação por punção da veia periférica?
Carmen Vergueiro - É um procedimento parecido com o de doar plaquetas do sangue. Antes o doador recebe um medicamento que estimula a produção de células brancas, principalmente de células progenitoras imaturas, que migram da medula óssea para as veias. Cinco dias depois, seu sangue passa por uma máquina semelhante à de diálise, onde é filtrado para coletar essas células. Em média quatro horas de filtração bastam para conseguir a quantidade necessária de material que será processado e levado para o paciente que precisa do transplante.

Drauzio – Esse procedimento dura, em geral, quatro horas. O doador sente algum desconforto?
Carmen Vergueiro – Algum desconforto pode ocorrer quando ele faz uso do estimulante para produzir mais células progenitoras. São sintomas semelhantes ao de uma gripe, um mal-estar que cede com qualquer analgésico.

Drauzio – Durante a filtração das células progenitoras, o doador corre algum risco?
Carmen Vergueiro –Não corre nenhum risco nem sente qualquer desconforto. É um procedimento realizado há mais de 20 anos, e nunca houve nenhum acidente com o doador.

Drauzio – Você disse que são dois métodos. Um é retirar as células progenitoras do sangue periférico. E o outro?
Carmen Vergueiro – O outro é puncionar diretamente a medula óssea do osso, do tutano, como você disse. Usando seringa e agulha, são feitas punções no osso do quadril para aspirar o material que contém as células progenitoras do sangue. Nesse caso, o doador é anestesiado para que não sinta dor. Esse procedimento dura 40 minutos.

Drauzio – Quem pode ser doador de medula óssea?
Carmen Vergueiro – Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos, em bom estado de saúde, pode ser doadora de medula óssea. Não existe nenhum outro critério para exclusão.

Drauzio – Não são excluídas pessoas que tiveram hepatite nem as portadoras do vírus HIV?
Carmen Vergueiro – A princípio, não. Pede-se apenas que a pessoa tenha boa saúde. A sorologia não é importante no momento em que entra no programa, pois a probabilidade é que, em cada dez mil, só uma seja doadora, talvez vários anos depois de ter-se inscrito como voluntária.
O importante é saber como ela está clinicamente na hora de doar. Só, então, se irá avaliar, por exemplo, se a hepatite representa um risco tão grande quanto o benefício de receber um transplante de medula óssea."

O resto da entrevista aqui: http://drauziovarella.ig.com.br/entrevistas/doacaomedula.asp

17 September 2008

Os shows do Nine Inch Nails no Brasíl foram CANCELADOS.
Cu.

Sem motivo algum, até agora.
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03 September 2008

Heart-Shaped Glasses


Eu quero um desses. O problema é encontrar para vender e que não seja vagabundo.



Também quero ISSO:


Oh!

01 September 2008

As festas andam sendo uma merda, mas as companhias compensão,apesar das pessoas interativas. A cervezaaa também compensa, ainda mais as importadas, Alê e Mário andam me acostumando pessimamente.

Machuquei o joelho e estou toda dolorida, até hoje. Isso que dá parar de dançar.
Decidi não ter nem raiva e nem nada por pessoas. Ignorá-las tacitamente. Pessoas andam me causando nojinho, com raras excessões.

Nojo, dó, raiva, ecat.

27 August 2008

Parece que quando uma coisa começa a dar errado, o resto inteiro tende a desabar.

12 August 2008

Almost Lovers

Almost Lover
A Fine Frenzy

You fingertips across my skin
The palm trees swaying in the wind
Images

You sang me Spanish lullabies
The sweetest sadness in your eyes
Clever trick

I never want to see you unhappy
I thought you'd want the same for me

Goodbye, my almost lover
Goodbye, my hopeless dream
I'm trying not to think about you
Can't you just let me be?
So long, my luckless romance
My back is turned on you
I should've known you'd bring me heartache
Almost lovers always do

We walked along a crowded street
You took my hand and danced with me
Images

And when you left you kissed my lips
You told me you'd never ever forget these images, no

I never want to see you unhappy
I thought you'd want the same for me

Goodbye, my almost lover
Goodbye, my hopeless dream
I'm trying not to think about you
Can't you just let me be?
So long, my luckless romance
My back is turned on you
I should've known you'd bring me heartache
Almost lovers always do

I cannot go to the ocean
I cannot drive the streets at night
I cannot wake up in the morning
Without you on my mind
So you're gone and I'm haunted
And I bet you are just fine
Did I make it that easy for you
To walk right in and out of my life?

Goodbye, my almost lover
Goodbye, my hopeless dream
I'm trying not to think about you
Can't you just let me be?
So long, my luckless romance
My back is turned on you
I should've known you'd bring me heartache
Almost lovers always do






Porque "almost" é sempre uma palavra muito dura, muito triste, azul.

05 August 2008



Creep
Stone Temple Pilots

Forward yesterday
Makes me wanna stay
What they said was real
Makes me wanna steal
Livin' under house
Guess I'm livin', I'm a mouse
All's I gots is time
Got no meaning, just a rhyme

Take time with a wounded hand
'Cause it likes to heal
Take time with a wounded hand
'Cause I like to steal
Take time with a wounded hand
'Cause it likes to heal, I like to steal

I'm half the man I used to be
Because I feel as the dawn
It fades to gray
Well, I'm half the man I used to be
Because I feel as the dawn
It fades to gray
Well, I'm half the man I used to be
Because I feel as the dawn
It fades to gray
Well, I'm half the man I used to be, half the man I used to be

Feelin' uninspired
Think I'll start a fire
Everybody run
Bobby's got a gun
Think you're kinda neat
Then she tells me I'm a creep
Friends don't mean a thing
Guess I'll leave it up to me

Take time with a wounded hand
'Cause it likes to heal
Take time with a wounded hand
Guess I like to steal
Take time with a wounded hand
'Cause it likes to heal, I like to steal

I'm half the man I used to be
Because I feel as the dawn
It fades to gray
I'm half the man I used to be
Because I feel as the dawn
It fades to gray
I'm half the man I used to be
Because I feel as the dawn
It fades to gray
I'm half the man I used to be, half the man I used to be

Take time with a wounded hand
'Cause it likes to heal
Take time with a wounded hand
Guess I like to steal
Take time with a wounded hand
'Cause it likes to heal, I like to steal

I'm half the man I used to be
Because I feel as the dawn
It fades to gray
Well, I'm half the man I used to be
Because I feel as the dawn
It fades to gray
Well, I'm half the man I used to be
Because I feel as the dawn
It fades to gray
Well, I'm half the man I used to be, half the man I used to be,
Half the man I used to be

04 August 2008

É díficil saber quando - nunca sei.
Mas toda vez é um estalo: o baque me retira do que eu acreditava ser o centro.
E mesmo parecendo que não eu desaprendi a falar, fazer, chamar. Mas não a ver.
(e eu fico imaginando coisas, os olhos seguindo pela rua escura, o eterno filme que nunca termina para minha platéia obscura).


O resto passou melhor do que eu estou acostumada - na cama a manta de microfibra vermelha mais macia que já tive, os abraços mais quentes e ternos que encontrei.
Acho que essa era a vida que sempre quis, agora até tenho, quando não vejo tudo vermelho e tenho vontade de mandar tudo pro inferno.

Eu nunca tinha escutado essa música de aproveitar antes da tragédia, mas eu sempre soube disso...

25 July 2008

Preciso dar um jeito nos meus hormônios.
Eles estão insaaanos hoje.
Se pá é até melhor eu não sair, senão faria merdas homéricas.
=D
Gosto pouco, sabe.

Estou no espírito de Sabina.
Cu cu cu cu.

Odeio.
Vontade de espancar. Matar. Trucidar. Destruir.
Existem seres que conseguem me deixar raivosa mesmo quando estou completamente triste.

Cu cu cu cu.

Quero sair para dançar, mas como eu não saio mais, nem sei para onde. Não e não danço.
Quero ir para São Paulo encontrar minhas meninas. E sair. E tomar tequila até a Conchita aparecer. E aprontar no banheiro da Toy. Porque esse fim de semana tem festa do jeito que gosto na Toy. Com EBM, Industrial e outras darkisses, e lá eu encho o saco dos Dj's e eles sempre tocam o que peço ou morrem. =~

Eu quero sair!!!

E essa música é tão linda e tão triste que só me dá mais vontade ainda de ir ver meu amores, que só verei de novo em novembro, no show do NIN (pelo menos já comprei os ingressos!) Me lembra quando eu estava ainda na escola... 1998. 10 anos. Oh God!


My Friends
Red Hot Chili Peppers

My friends are so depressed
I feel the question
Of your loneliness
Confide... `cause I'll be on your side
You know I will, you know I will

X Girlfriend called me up
Alone and desperate
On the prison phone
They want... to give her 7 years
For being sad

I love all of you
Hurt by the cold
So hard and lonely too
When you don't know yourself

My friends are so distressed
And standing on
The brink of emptiness
No words... I know of to express
This emptiness

I love all of you
Hurt by the cold
So hard and lonely too
When you don't know yourself

Imagine me taught by tragedy
Release is peace
I heard a little girl
And what she said
Was something beautiful
To give... your love
No matter what
is what she said
Às vezes é sem motivo. Na maior parte das vezes.
Ficar triste assim não deveria existir. Tenho vontade de desistir.

18 July 2008

Fundo do Baú

Não guardo rancor. Não existe ressentimento em mim. Aperta a minha mão, puxa uma cadeira e senta aí. Podemos ser amigos . Mas não chega muito perto, não senta do meu lado. Não me olha por muito tempo. Não me olha nos olhos.
Você quis me esquecer. Acontece. Não guardo rancor. Mas não posso te deixar chegar muito perto.
Você não.
Sabe, eu te disse para pisar em mim se quisesse. E você pisou. E eu tive que levantar e caminhar para bem longe, toda fodida de esperar no chão gelado. Então não chega muito perto, não olha nos meus olhos. Porque ao menor sinal, me atiro no chão. Basta um sorriso seu para que comece tudo de novo. Nunca foi tão fácil.
Então fique bem longe de mim. Não quero saber de cotovelos encostando nem sobre suas alvoradas, não quero sentir o teu calor. Podemos sentar e beber amenidades com os outros, mas não me olha.
Deixa a tristeza do que não fomos sentar entre nós. Porque se ela for embora, se ela me deixar por dois segundos, minha certeza vai junto e eu fico de novo aos teus pés.
Não guardo rancor. Não existe mágoa em mim.
Mas fica longe.
Fica bem longe

17 July 2008

Uma Valsa no Inferno

"Ele tem me amado; ah, eu sou o seu amor. Tenho tudo que poderia ter dele, as camadas mais secretas de ser, tais palavras, tais sentimentos, tais olhares, tais carícias, cada uma delas chamejando para mim unicamente. Tenho-o sentido embalado por minha suavidade, exultante com meu amor, apaixonado, possessivo, ciumento. Tenho crescido para ele, não fisicamente, mas como uma visão. Do que ele se lembra mais vividamente de nossos momentos juntos? A tarde em que permaneceu sobre o sofá em meu quarto enquanto eu terminava de me vestir para um jantar, com meu vestido oriental verde-escuro, perfumando-me, e ele, tomado de uma sensação de viver um conto de fadas, com um véu entre ele e eu, a princesa! É disso que ele se lembra enquanto estou deitada com o corpo quente em seus braços. Ilusões e sonhos. O sangue que ele derrama dentro de mim com gemidos de prazer, as mordidas em minha carne, meu odor em seus dedos, tudo isso desaparece diante da potência do conto de fadas."
Anaïs Nin


"Impedir que este desejo aconteça e se satisfaça reciprocamente entre as partes envolvidas é impedir que as pequenas porções de vida que somos não exerçam em plenitude o próprio processo de viver. Em outras palavras: negar o sexo é negar a própria vida. E como enxergamos, a satisfação do impulso sexual não obedece a leis plenamente conhecidas, e duvidamos mesmo que haja leis capazes de explicar como nasce e se satisfaz este impulso."

Trecho de "Liber II: De Re Sexualiatis et Voluptate ut Potestatem (ou, sobre o caráter da sexualidade e do desejo como potência)" da G.O.B.













































às vezes é tanto, outras nada. e nem por isso acaba.

11 July 2008

Um bicho selvagem adormecido no fundo, se revirando, acordando.
Sonhos.
Um apartamento pequeno, muita doçura, amor, saudade, culpa, perdão.
Sonhos.
Uma outra realidade. Um sopro gostoso. Uma saudade. A escuridão.
Sonho.
Os olhos pequenos, úmidos. Só enxergo negro. Não há choro.
O doce flutuar por entre as nuvens e assistir ao futuro que nunca se concretizará.
A realidade distorcida entre minhas lembranças e minhas vontades. Como foi e como gostaria que tivesse sido.

Não preciso de mais que uma hora para me lembrar de tudo, mas nem isso apaga a vontade de. De o que? Novamente. O que? A dor. Toda dor.
Queria um sinal, alguma pista jogada na frente da minha casa, um papel trazido pelo vento. Um palavra.

09 July 2008

Réquiem

Pensei em falar "Quando eu tinha 19 anos..." mas isso faz muito tempo. Outra vida. Com fantasmas que me visitam às vezes em realidades que invento.
Às vezes penso se eu estivesse morrendo meus amores viriam até mim? Meus amores antigos, aqueles que mais doeram, diriam adeus de verdade ou me deixariam partir como um dia me deixaram.

Posso dizer que estou morrendo, mas os finais e os adeus eu já os tive antes.


Existe um instrumento chamado quena, que é feito de ossos humanos. Tem origem no culto de um índio dedicou à sua amante. Quando ela morreu ele fez dos seus ossos uma flauta. A quena tem um som mais penetrante, mais persistente que a flauta vulgar.

Aqueles que escrevem sabem o processo. Pensei nisto enquanto cuspia meu coração.

Só que não estou à espera da morte do meu amor.

Estou doente de persistência de imagens, reflexos e espelhos. Eu sou uma mulher com olhos de gato siamês que por detrás das palavras mais sérias sorri sempre troçando da minha própria intensidade. Sorrio porque presto atenção ao OUTRO e acredito no OUTRO. Sou marionete movida por dedos inexperientes, desmantelada, deslocada sem harmonia; um braço inerte, outro remexendo-se a meia altura. Rio-me, não quando o riso se adapta ao meu discurso, mas porque ele se implica nas correntes subjacentes do que eu digo.

Quero conhecer o que corre lá embaixo assim pontuado por convulsões amargas. As duas correntes não se encontram. Vejo em mim duas mulheres bizarramente ligadas uma à outra como gêmeos de circo. Vejo-as arrancarem-se uma da outra. Consigo mesmo ouvir o rasgão, a ira e o amor, a paixão e o sofrimento. Quando esse ato-deslocação de repente pára - o silêncio torna-se então ainda mais terrível um vez que a minha volta não há senão loucura, a loucura das coisas que atraem coisas dentro de cada um, raízes que se afastam para crescerem separadamente, tensão provocada para atingir a unidade.

Uma barra de música chega para fazer parar a deslocação por um instante; mas eis que o sorriso volta e eu percebo que ambas saltamos para dentro da coesão.

Imagens - que trazem a dissolução da alma no corpo como a ruptura do ácido-doce do orgasmo. Imagens que sacodem o sangue e formam inúteis a futura vigilância do espírito e a desconfiança face aos êxtases perigosos. A realidade afogara-se e a fantasia sufocava cada uma das horas do dia.

AS MENTIRAS CRIAM SOLIDÃO.

Tu deixastes a tua marca no mundo. Eu apenas atravessei como um fantasma. Será que de noite alguém dá falta do fruto caído da arvore, ou pelo morcego que vem contra a janela enquanto os outros falam, ou pelos olhos que refletem como água e bebem como mata-borrão, ou pela piedade que vacila como luz de vela, ou pelo conhecimento seguro sobre o qual as pessoas adormecem?

Até a minha voz veio do outro mundo. Fui embalsamada nas minhas mais secretas vertigens. Estive suspensa sobre o mundo escolhendo o caminho a percorrer de modo a não pisar nem a terra nem a relva. O meu passo era um passo cauteloso; o mínimo ruído do cascalho fazia que parasse.

Quando te vi escolhi meu corpo.

Vou deixar-te levar-me até à fecundidade da destruição. Por isso me atribuo um corpo, um rosto e uma voz. Eu sou-te como tu me és. Cala o fluxo sensacional do teu corpo e encontrarás em mim, intactos, os teus medos e tuas penas. Descobrirás o amor separado das paixões e eu descobrirei as paixões privadas de amor. Sai do papel que te atribuis e descansa no centro dos teus verdadeiros desejos. Por um momento deixa as tuas explosões de violência. Renuncia à tensão furiosa e indomável. Eu passarei a assumi-las.

Pára de tremer, de te agitar, de sufocar, de amaldiçoar, e reencontra no teu fundo que eu sou. Descansa das complicações, distorções e deformações. Por uma hora serás eu; ou antes, a outra metade de ti próprio. Aquela parte de ti que tu perdestes. O que queimaste, partiste, estragaste encontra-se entre as minhas mãos. Eu sou guarda de coisas frágeis e preservei de ti o que há de indissolúvel.

08 July 2008

Nine Inch Nails no Brasil.
Dessa vez eu não perco nem fodendo.
=D
Oi.

Preciso voltar. Para São Paulo.

Quase. Quase lá.

Um dia.

30 June 2008

O álcool já corria rápido nas veias, denso como o sangue, presente e latente como o desejo.
Era palpável, podia aspirar o hálito doce daquele homem em minha frente, queria sua língua dilacerada em seus lábios. Tão branca sua pele, e meu maior desejo é vê-la tinta com teu sangue rubro e doce. Seus olhos negros arrancados no ápice do meu prazer.

A cena: uma mesa , dois seres sexuais. Velas, música, absinto, e o objeto de suas perversões mais profundas. Ele quieto, sendo estudado e espreitado. Aquela era nossa única noite. A única de nossas vidas.

Darkness, saliva, semen, blood.

Ele pedia, implorava a cada olhar para que o ato fosse logo consumado, esse era nosso trato, eu lhe dar um pouco do que tinha. Suas mãos inquietas sobre o colo, ocultando algo que pulsava, e no peito algo que dilacerava. Eu apenas observava, me deliciando com sua ansiedade e nervosismo. Adiando o prazer por um prazer ainda maior.
Era tão doce, tão inocente, tão desolado e desiludido. Uma vítima tão perfeita para mim. Eu, sedenta de lúxuria, ansiando por suas mãos fortes em meus quadris, seus dedos em meu corpo, suas palavras sussurradas em meu ouvido. Toda dor e singeleza. Selvageria. Tê-lo por completo dentro de mim e dizimá-lo.

Peguei sua mão, descemos ao porão, a música alta enlouquecia e fazia todo o corpo tremer. Pulsar. Suando os odores da paixão. Joguei-o contra parede, não lhe dei bem um opção. Era meu jogo, minhas regras, eu senhora, ele servo. Ou aceita ou é punido.
Agarrei -o pelos cabelos e enfiei em sua boca minha língua metálica. Rasguei sua blusa, rasguei seu peito, mordi seu pescoço, serpenteei por toda extensão de sua pele pálida até torná-la vermelha. Bebi sua saliva, seu sangue, seu sêmem.
Com o crime consumado deixei-o lá, abandonado, nossa noite já havia terminado.
Mas eu ainda o podia sentí-lo dentro de mim. Sua pureza havia me contaminado. Seus sonhos haviam se tornado os meus.
Um sonho.
A realidade.
O crime perfeito e um final infeliz.

12 May 2008

Leave
Heavens



The night is falling, thank God
I hear the calling of the skeletons under the sun
The skeletons under the sun

The day is dying, big smile
Pose through the camera, a giant step for your kind
One of a kind

Don't leave just yet
Quiet on the set
Let's give this one more go
Make ourselves ill, poppin' sugar pills
Will swallow nice and slow

Don't leave just yet
We've just had a wreck
I'll need your name and phone
And water for these slow-dying trees
Where gardens used to grow

The sky is falling, straight down
It's come to crush us and leave us in our blood to drown
Barely making sound
The streets are painted so still
Can hear the breathing, the making sense of the spill
Enough to make you wanna kill

Don't leave just yet
Quiet on the set
Let's give this one more go
And make ourselves ill poppin' sugar pills
Will swallow nice and slow

Don't leave just yet
We've just had a wreck
I'll need your name and phone
And water for these slow-dying trees
Where gardens used to grow

Don't leave just yet
Quiet on the set
Let's give this one more go
And make ourselves ill poppin' sugar pills
Will swallow nice and slow

Don't leave just yet
We've just had a wreck
I'll need your name and phone
And water for these slow-dying trees
Where gardens used to grow

07 May 2008

Tem músicas que tem o poder de me fazer voltar no tempo. Change é uma.
Me faz voltar no tempo em duas ocasiões, em dois anos diferentes. 2000 e 2003, se não me engano. Nem parece que faz tanto tempo assim...

Pior, tudo remete à essa época do ano, outono quase inverno.. o frio começando e se espalhando, a luz tão clara que chega a machucar.
Vazio e problemas enormes.


"Change (In the House of Flies)"

I've watched you change
Into a fly
I looked away
You were on fire

I watched a change
In you
It's like you never
Had wings
Now you feel
So Alive
I've watched you change

I took you home
Set you on the glass
I pulled off your wings
Then I laughed

I watched a change
In you
It's like you never
Had wings
Now you feel
So alive
I've watched you change
It's like you never
Had wings

I look at the cross
Then I look away
Give you the gun
Blow me away

I've watched a change
In you
It's like you never
Had wings
Now you feel
So Alive

I've watched you change.
Now you feel Alive
You Feel Alive
I've watched you change
It's like you never
Had wings

You Changed
You Changed
You Changed

06 May 2008

E eu queria um lugar para me refugiar, mas hoje não sirvo de nem de refúgio, e nem tenho para onde ir.
Não quero ir para casa brigar.
Não quero ficar aqui e escutar xingamentos e palavras más.
Não quero ir para onde posso incomodar.
Não quero ficar só.

The slip

Eu AINDA gosto de Nine Inch Nails. Ok, não sou mais maníaca por NIN, mas gosto. Que nem KoRn, adoro ainda. Deftones. Entre várias coisas da minha adolescência tardia.

E o novo CD do NIN está sendo disponibilizado FREE on-line no site do cara (porque NIN sempre foi a banda do Trent Reznor...) - www.nin.com - e eu fui lá, claro, baixar. Teoricamente eles devem mandar algo para o meu e-mail, mas ainda não recebi - correção, acabei de receber o link para baixar, \o/.
São 87 mb em high-quality MP3's; 259 mb em FLAC lossless; 263 mb em M4A apple lossless (263 mb) e 1.2 gb em high definition WAVE 24/96.
É, parece que os caras realmente estão DANDO o CD, a qualidade dos arquivos é aparentemente impecável.

O lance é, segundo Trent Reznor, esse é um CD de agradecimento ao seu público, que desde 1989 se mantém mais ou menos fiel. Mas sabe o que é? É que quem realmente gostou de NIN nunca vai deixar de gostar...

03 May 2008


You are The Devil


Materiality. Material Force. Material temptation; sometimes obsession


The Devil is often a great card for business success; hard work and ambition.


Perhaps the most misunderstood of all the major arcana, the Devil is not really "Satan" at all, but Pan the half-goat nature god and/or Dionysius. These are gods of pleasure and abandon, of wild behavior and unbridled desires. This is a card about ambitions; it is also synonymous with temptation and addiction. On the flip side, however, the card can be a warning to someone who is too restrained, someone who never allows themselves to get passionate or messy or wild - or ambitious. This, too, is a form of enslavement. As a person, the Devil can stand for a man of money or erotic power, aggressive, controlling, or just persuasive. This is not to say a bad man, but certainly a powerful man who is hard to resist. The important thing is to remember that any chain is freely worn. In most cases, you are enslaved only because you allow it.


What Tarot Card are You?
Take the Test to Find Out.

11 April 2008

Eu sinto muito. Por você, por mim, por um nós que não sai do pretérito do passado.
No fim não há pianos tocando, não há nossas mãos unidas, não há nada além do vazio do que poderia ter sido.
I'm really sorry, for us.

09 April 2008

Blue

Gosto do outono - os dias claros e as noites frias e mais longas.
Me lembra coisas boas, e outras nem tanto, mas em geral é algo bom.

Incrível meu nível de nostalgia, acho que isso não deve ser normal.
Mas no fundo me faz lembrar de coisas que não devo, nem quero, esquecer.

Seguindo um fluxo misterioso a espiral voltou a girar ao contrário. As coisa que iam bem começam a desandar, as que não iam parecem piorar. Os silêncios são mais duros e os gritos mais agudos, daqueles que ferem. As dúvidas e pensamentos infundados parecem mariposas ao redor da luz. É díficil manter-se na linha com tanta coisa. É díficil ter alguma certeza, algum vislumbre. Meus fantasmam dormem comigo todas as noites. Queria me desvencilhar da consciência, queria não ser responsável por tantas pessoas e sentimentos. Sentir aquela liberdade inconsequente que sempre me neguei. Não levar tudo a sério. Não ser tão séria. Ter mais saídas. Mais entradas. Menos desvios. Mais atalhos. Mais paisagens para acompanhar e me sentir leve. Ser levada pela mão, de olhos fechados. Desaprendi a acreditar faz tempo.

Calo, falo demais, mas calo. Verborragia muda, que tanto fala e nada diz. Aquela vontade íntima de que entendessem meu desespero, que enxergassem nos olhos a necessidade e o medo, a verdade inteira. Ninguém nunca viu, na verdade nem chegou perto. Nem eu. Mas um dia quero acordar e escutar "você não precisa disso, deixa que eu arrumo, deixa que eu falo, deixa que eu vejo, deixa que hoje eu sou você e amanhã você volta".

São as noites começando mais cedo, os pés gelados antes de dormir, os olhos lacrimejando, as mãos procurando, o coração saltando, a voz falhando, espiros, tosse, medo, água que não corre.
A grande poça.

Almost blue, almost me.

31 March 2008

Cada dia mais boba e apaixonada.
Aprendendo e prendendo dentro de mim até o fim.



Dionisios Ares Afrodite

aos deuses mais cruéis
juventude eterna

eles nos dão de beber
na mesma taça
o vinho, o sangue e o esperma

paulo leminski

11 March 2008

Inferno Astral nosso de cada dia

Odeio meu inferno astral - odeio ficar mais velha!

Sabe, eu não tenho mais 15 anos para ficar pensando o que vou fazer da minha vida - tenho quase 25 e ainda não sei o que fazer da minha vida. Talvez voltar para São Paulo, se ele for comigo. Talvez ganhar na mega-sena, se eu decidisse jogar. Essas coisas que não consigo decidir. Também não tenho trinta e poucos, casa, marido e filhos para reclamar. Não dá nem para ser um meio termo. Pelo menos ainda odeio meio-termos.

Tenho a porra da minha memória que parece ser de elefante, na verdade uma elefanta branca grávida, cúspindo coisas o tempo todo. Pior que mal me lembro de algumas que fiz há 5 minutos atrás, mas 5 anos atrás são extremamente nítidos, com sons, cheiros e sensações. Daí fico nessa nostalgia sem sentido. Cu. Odeio sentir isso e não poder fazer nada além de esperar passar.

Queria saber onde eu me abandonei. Eu não era assim, ou então fui abduzida, sequestrada, estuprada. Eu gostava de dançar, hoje nem tento mais. Eu gostava de gritar, hoje mal falo. Bebia, fumava, saia, não voltava, não dava explicação, morria de medo. Hoje para me tirar de casa é um sofrimento. Quando saio mau bebo, mau fumo, sempre volto, e aviso. Hoje não tenho medo. Isso só pode ser velhice precoce. E nem reclamar mais eu sei direito! hahaha

É bom perceber que acalmei, que não estou mais desesperada atrás de - sei lá o que. Aprovação. Amor. Amizade. Carinho. Atenção. Paixão. Fogo. Perigo. Prazer. Dor. Dor. Dor.
Por outro lado, não não não, não pode ser eu ainda, sempre achei rídiculo sossegar. E eu sosseguei.

Não sei se a estrada está livre, o sinal está vermelho ou se simplesmente enguiçou.
As coisas mudaram muito desde que me mudei, e voltei. Lembro da terrível solidão de São Paulo e das coisas que ficavam sem sentido. A vontade de me jogar na linha do metrô porque ninguém ia perceber, era milhares de pessoas que só iam reparar quando, e se, esguichasse sangue em suas caras. Lembro de quão díficil foi voltar para cá e largar o que conquistei lá, sozinha. De que voltar era pedir para morrer sem querer me jogar do 12º andar, ou de voltar bêbada para casa, de madrugada, durante um ataque do PCC. Voltar debaixo de chuva, parar no boteco e beber com os italianões da Mooca. Faz séculos que não tenho dor de cotovelo, acho que sarou.

Olhando isso tudo, vejo que estou me repetindo.

Saudade é um estado absoluto na minha condição, sempre sentindo saudade, mas querendo-não-querendo voltar ao passado. Mas no presente tem ele e eu não vou a lugar nenhum sem ele.

Daí o passado fica sendo apenas essa coisa engraçadinha que eu vivi, mas que não quero mais viver. Ou quero. Mas não quero. Quero. Não. Sei lá.

Rá, talvez eu não tenha mudado tanto ainda. Talvez a antiga Marcela ainda esteja aqui. Ou não.

25 anos é coisa para caralho, mas ainda não é nada. E eu sou uma velha presa morrendo de raiva por não ter aproveitado o que aproveitei - ainda adoro ser prolixa, sushi, amor, presentes, preto, cachoeira, praia. Talvez eu ainda seja eu.

22 February 2008

Fogo

Hoje estava eu no ônibus indo pra minha aula e começou a tocar essa música, Fogo do Capital Inicial. Me veio tanta coisa de repente! ...tanta coisa antiga que eu mal lembrava mais.

Veio uma vontadezinha de voltar e aproveitar as coisas boas de novo, foi gostoso perceber que no meu passado também tiveram coisas boas, horas felizes, dias de sol.

Daí lembrei das minhas promessas, e vi que não quebrei nenhuma. Se eu prometi amar para sempre, eu ainda amo, mesmo que de outro modo. Amo esses momentos de nostalgia que me fazem perceber cada vez mais que, o que sou hoje, e que a felicidade que conquistei vieram de muitas lições e cicatrizes. A colcha de retalho ainda continua no meu peito, mais forte, e linda!

A pessoa que sou em parte foi moldada por você.
Às vezes sinto uma saudade desproporcional de você, sabe? Lembro, e não me julgo mais por isso, ou tenho vergonha e me acho inapropriada. De todos você foi o único que realmente posso dizer que deixou algo, que ficou.

Fico triste por saber que no fim o que evitou uma amizade, ou proximidade que fosse, foram mentiras - e não minhas como você acredita até hoje. Uma pessoa extremamente má mentiu, tanto para você quanto para mim, e entendo que na época a raiva o fez acreditar.

É isso, apenas isso hoje em dia: lembranças.
Mas acho que nunca te agradeci pelo resto: Obrigada.




Você é tão acostumada
A sempre ter razão
Você é tão articulada
Quando fala não perde atenção

O poder de dominar é tentador
Eu já não sinto nada
Sou todo todor

É tão certo quanto calor do fogo
É tão certo quanto calor do fogo
Eu já não tenho escolha
E participo do seu jogo, eu participo

Não consigo dizer se é bom ou mal
Assim como o ar que parece vital
Onde que vá e o que quer que eu faço
Sem você não tem graça

Você sempre surpreende
E eu tento entender
Você nunca se arrepende
Você gosta e sente até prazer

Mas se você me perguntar
Eu digo sim e, continuo
Porque a chuva não cai
Só sobre mim
Vejo os outros
Todos estão tentando

É tão certo quanto calor do fogo
Eu já não tenho escolha
E participo do seu jogo, eu participo

Não consigo dizer se é bom ou mal
Assim como o ar que parece vital
Onde que vá e o que quer que eu faço
Sem você não tem graça

É tão certo quanto calor do fogo
É tão certo quanto calor do fogo

Eu já não tenho escolha
E participo do seu jogo, eu participo.

12 January 2008

Lembranças.




Flor de Lis
Djavan

Valei-me Deus
É o fim do nosso amor
Perdoa por favor
Eu sei que o erro aconteceu
Mas não sei o que fez
Tudo mudar de vez
Onde foi que eu errei
Eu só sei que amei,
Que amei, que amei, que amei

Será talvez
Que a minha ilusão
Foi dar meu coração
Com toda força pra essa moça
Me fazer feliz
E o destino não quis
Me ver como raiz
De uma flor de lis

E foi assim que eu vi
Nosso amor na poeira, poeira
Morto na beleza fria de Maria
E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem margarida nasceu
E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem margarida nasceu

Valei-me Deus
É o fim do nosso amor
Perdoa por favor
Eu sei que o erro aconteceu
Mas não sei o que fez
Tudo mudar de vez
Onde foi que eu errei
Eu só sei que amei,
Que amei, que amei, que amei

Será talvez
Que minha ilusão
Foi dar meu coração
Com toda força pra essa moça
Me fazer feliz
E o destino não quis
Me ver como raiz
De uma flor de lis

E foi assim que eu vi
Nosso amor na poeira, poeira
Morto na beleza fria de Maria
E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem margarida nasceu
E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem margarida nasceu

26 September 2007

Às vezes eu quero chorar
Mas o dia nasce e eu esqueço
Meus olhos se escondem
Onde explodem paixões
E tudo que eu posso te dar
É solidão com vista pro mar
Ou outra coisa prá lembrar

Às vezes eu quero demais
E eu nunca sei se eu mereço
Os quartos escuros pulsam
E pedem por nós
E tudo que eu posso te dar
É solidão com vista pro mar
Ou outra coisa prá lembrar

Se você quiser eu posso tentar mas
Eu não sei dançar
Tão devagar prá te acompanhar

29 August 2007

A Wolf at the Door

Dizem que sonhos são maneiras do nosso inconsciente falar. Freud ewscreveu 'N' coisas sobre, e existem milhares de teorias. Os meus ultimamente tem sido com o passado, uma saudade, um sopro. Talvez sejam as sucessivas perdas, a consciência que nada irá voltar. Talvez a consciência de que fiz tudo errado. É estranho sonhar com isso, até porque anda se tornando repetitivo. Posso acreditar em coisas metafísicas, em karma, que há coisas não resolvidas que precisam ser resolvidas. Mas pra que? Acho inútil remexer nisso. Até porque foi tão dolorido. Lembro que não menti, como muitos acreditavam, mas eu já estava tão sem forças que nem questionei. Lembro de que eu quis fazer as coisas certas, mas sou errada demais, e acabei errando de novo, omitindo de novo, machucando de novo.

No sonho havia beijos, e eu lembro ainda de como é seu beijo. Lembro da barba arranhando a pele, do ritmo. Lembro das mãos, como elas se comportavam. Lembro que gostava de segurar seu rosto, com o polegar perto da sua orelha e os outros dedos atrás dela, acariciando os cabelos. Minha outra mão costumava dar leves puxões na parte de trás dos seus cabelos, ou escorregavam para suas costas, com leves arranhões que iam aumentando a intensidade. E sonhei com isso, era meio que uma despedida decente, uma explicação não-necessária. Uma necessidade, capricho. Um sonho apenas. Mais um sonho.

Às vezes a certeza da inacessibilidade é uma dádiva, um bálsamo. Ainda mantenho minha impulsividade. Ainda tenho armas nas pontas dos meus dedos. Ainda lembro de como me perder no caminho reto.
Mas antes eu não tinha o que perder, agora tenho tudo.

Acalma, respira fundo, esquece. É mais fácil assim Marcela, é mais fácil...

13 August 2007

Sonhei. Dos sonhos que não são lembrados, mas fica o resquício de aroma para perseguir. Não sei porque, mas era real. Um passado que olhando daqui parece uma outra vida. E era. Eu, me vendo fora de mim. Sempre fui dada ao drama, e ele sempre me moveu. Mas posso dizer que acalmei minha alma, depois de toda lama que atravessei. Sonhei e me encontrei querendo achar atalhos para chegar lá, visitá-lo, uma mórbida vontade de ver as coisas de antes com meus prismas de agora. A realidade como eu julgava ser e como julgo. Estranho.
Desatados os nós as coisas flutuam. Não se perdem, voltam em níveis de consciência mais densos, inatingíveis para minha vontade.
É como levar flores ao túmulo de um grande amor. Como lembrar de um professor que te ensinou boa parte do que você sabe hoje. Com carinho.
É isso, boa parte do que sou, de bom e ruim, devo a este. Talvez por isso a repetição que não controlo.


"Ela pousa para mim ao partir. Apetece-me sair a correr e beijar a sua fantástica beleza, beijá-la e dizer: "Tu levas contigo um reflexo de mim, uma parte de mim. Eu sonhei-te, desejei a tua existência. Serás sempre parte da minha vida. Se eu te amo, tem de ser por termos partilhado, alguma vez, o mesmo imaginário, a mesma loucura, o mesmo palco. (...)". Amo-a pelo que ela ousou ser, pela sua dureza, a sua crueldade, o seu egoísmo, a sua perversidade, a sua destrutividade demoníaca. Ela era capaz de me reduzir a cinzas, sem hesitar. Ela é uma personalidade criada para os extremos. Eu admiro a sua coragem para magoar, e estou disposta a ser-lhe sacrificada. Ela somará a totalidade de mim a si. Ela será June mais tudo o que eu contenho."

Anaïs Nin - Henry e June, trecho onde Anaïs descreve seus sentimentos em relação à June, mulher de Henry Miller, com quem ela teve um caso (tanto June quanto Henry).

03 July 2007

O poder de nos enxergar em todos lugares...

27 Fev


"Quando nos deitávamos na cama era fresca, mas depois tornava-se quente e febril. Os seus olhos...é impossível descrever os seus olhos, a não ser dizendo que eram os olhos de um orgasmo. O que lhe acontecia constantemente nos olhos era algo de tão febril, tão incendiário, tão intenso, que por vezes quando olhava diretamente para ela e sentia o meu pênis erguer-se e palpitar, sentia também como se algo estivesse a palpitar nos olhos dela. Só com os olhos dela era capaz de dar essa resposta, essa resposta absolutamente erótica como se ondas febris estivessem a tremer naqueles lagos de loucura...algo de devorador, capaz de lamber um homem de uma ponta à outra como uma chama, aniquilá-lo, com um prazer nunca antes conhecido."
Anaïs Nin
.
.
.
Boa noite, meu amor...

... estava lendo Anaïs Nin, tentando dormir. Lógico que isso não poderia dar certo; Anaïs Nin sempre me causa pensamentos mais densos, e agora eles se aliam aos pensamentos que tenho com/por você. Pensamentos, lembranças, desejos, arrepios, sonhos, vontades, verdades, realidades. Tudo o que se refere à você.

Não consigo dormir. Queria estar na tua cama, nua, lendo para você os trechos mais interessantes, depois te olhar e morder os lábios, dar aquele sorriso que você já conhece, e me atirar no teu corpo (desajeitada do jeito que sou). Ou então ficar lendo e fugindo do seu toque, apenas retendo o momento e a sensações sinestésicas. As palavras aliadas aos olhares, ao desejo pulsante e crescente, ao seu cheiro, aos nossos corpos sensíveis até mesmo ao mais leve sopro. Tudo isso se tornado indistigüível pelo topor que vai tomando conta da gente, e nublando a visão e a razão. Até nós nos abandonarmos de nós mesmo e nos entregarmos um ao outro.
Amo o modo como você me faz sentir, e não falo apenas desses nossos pequenos prazeres carnais; se fosse só isso jamais permaneceria ao teu lado, dormiria e acordaria contigo, entregaria minha alma em beijos. Mas o modo como você me deixa em paz, me faz feliz, sorrir para as coisas mais simples, bobas,o seu poder de aniquilar quase que totalmente meu mau-humor, minhas preocupações. Amo quem sou quando estou ao teu lado.
Às vezes queria me ver de fora quando estou perto de você, devo parecer algo meio de outro mundo, porque o que sinto perto de ti não pode ser deste.

Estou com saudades, e não faz nem um dia que te vi pela última vez! Que provei do teu beijo, teu corpo, teu gosto, teu cheiro. Incrível como teu cheiro tem ficado no meu corpo, e isso me deixa realmente maluca. Maluca a ponto de ignorar responsabilidades, obrigações e cometer loucuras para estar do teu lado. É como se fosse tua marca secreta em mim, ninguém pode ver, mas todos percebem. E eu fico perturbada por não poder te ter sempre ao alcance dos meus lábios.

Amo-te Diego. Hoje mais que ontem e bem menos que amanhã.

("Todos os dias lhe digo que não o posso amar mais, e todos os dias encontro mais amor em mim para ele." Anaïs Nin )

15 June 2007

Protect me from what I want



Quantas vezes a gente se vê vivendo mentiras, daquelas que é melhor fingir que não não se sabe do que encarar e acabar logo com elas? E quantas vezes elas não ficam martelando na nossa cabeça, lembrando que a sua felicidade momentânea é uma mentira também?

Não se pode indefinidamente esconder toda sujeira debaixo do tapete.

E eu só queria sair dessa espiral de mentiras, falsidades, decepções, medo, insegurança, pessoas erradas, tristeza.
É nadar até a praia e não ter mais forças para andar.

No fim não passamos de pedaços de carne expostos no açougue. As coisas, sentimentos, não valem nada, além da carne.



"Ouço o passar de mistérios e o respirar de monstros. Só acordes perfeitos e sussurros. O choque com a realidade obscurece-me a visão e submerge-me no sonho. Sinto a distância como uma ferida. A distância desenrola-se diante de mim como um tapete, posto antes dos degraus da catedral por casamento ou enterro.Desenrola-se como uma noiva vermelha entre os outros e eu, mas não consigo pisá-la sem um sentimento de desconforto como o que se tem nas cerimônias. A cerimônia de pisar o carpete desenrolado até o interior da catedral onde tem lugar os ritos a que sou estranha. Não caso nem morro. E a distância da multidão entre os outros e eu, não pára de aumentar."

30 May 2007

Brasília, 30 de maio de 2007.

Olá meu Amor;

Sim, hoje queria mandar uma carta para você. Não, dessa vez não será uma carta de amor, mas como é da minha índole, uma queixa velada que nunca irá ler.

É que isso tudo me lembra dos tempos onde eu, mesmo com braços ao meu redor, com sexo na minha cama, com lábios nos meus lábios, me sentia só, estava só. Parece quando Eu apenas não bastava. Podia até ser a número 1, mas não era a única. Onde as coisas machucavam fundo e eu calava por medo de perder, por não saber como explicar: "eu te amo, mas por favor não me joga fora como as camisinhas da noite passada, aquelas que você usou com as outras". Não sei se é isto que realmente está acontecendo, e se for é sutil, mas não dói menos por isso, ao contrário, mantém a dúvida.
Não sei o que está faltando, ou sobrando, ou inexistindo, ou sei lá o quê. Sei apenas do silêncio e dos "Está tudo bem, meu amor." que fico repetindo, que escuto você repetir.
Não deixa de ser rídiculo me sentir assim novamente, ainda mais agora que, teoricamente, estou mais madura, mais qualquer coisa que se ganha com muita porrada na cara, cicatrizes no peito e idade. É isso, me acho velha para passar por isso de novo, todo drama e toda dor. Me acho velha para questionar seu passado e perguntar o motivo de prometer mordidas para outras, sendo que eu já não as recebo mais. Ou de "tentar se manter na linha" porque sou namorada. Ora, não é porque você quer, ou melhor, porque me ama, porque apenas Eu basto?
Não entendo, e ainda por cima, acabo me sinto pequena perto desses fatos. Ficar repetindo que está feliz não significa nada, que ama muito menos. Não significa nada quando junto desses e outros pequenos detalhes. Não sei se dá para entender, nem se é para entender.
Não que eu acreditasse que tudo ia ser como lá no começo, todo fogo e toda calma. O fogo ainda permanece, não tão forte, mas permanece. A calma já foi, voltou, fugiu e hoje anda passeando por aí. Queria de volta. Lógico que queria, todos nossos orgasmos inadjetiváveis. Nossos olhares, horas deitados na cama apenas olhando nos olhos do outro. Eu gosto mais de mim quando me vejo refletida nos teus olhos. Sentindo o calor, sentindo os arrepios.
Isso não é para ser uma cobrança, um pretexto, um qualquer-coisa-do-tipo. Nem desabafo. Mas é que eu sempre calo, e hoje eu queria falar.

Beijos
da sua, hoje menos que ontem,
M.

29 May 2007

Às vezes acho que não nasci mesmo para isso, que essa parte aqui de dentro sempre se rebela. Ou que seja um carma. Coisas do tipo.
Às vezes acho que a Marcela vai morrer de nostalgia. Porque quando vive quer que passe, quando passa quer viver.

23 May 2007



Tenho medo da morte. Acho que nem tanto a minha, mas principalmente das pessoas que amo e estão perto de mim. Poucas vezes fui afetada por ela. Acho que de verdade nunca senti o que ela pode fazer comigo. Mas ainda assim morro de medo.

Antes era raro ver as pessoas ao meu redor morrer, eu era mais nova, as pessoas também, parece que os problemas eram menos mortais. Agora pelo menos uma vez por ano isso vem me incomodar. Vem me mostrar o quanto eu me importo com as pessoas, mesmo que distantes, mesmo que tenhamos nossas diferenças. O quanto é importante falar, conversar, explicar e deixar claro o quanto se gosta. Nomear, qualificar, quantificar o sentimento o quanto seja humanamente fazer isto.

Daqui pra frente isso deve piorar, eu acho. Tanto a freqüência quanto o medo. O sentimento de vazio e de arrependimento de ter se calado, deixar para depois.

Isso de morrer é muito injusto, deixa para trás apenas saudades e dor para quem fica. Ausência que não tem como reparar, colocar nada no lugar.

13 April 2007

Não queria isso. Ser ciumenta. Extremamente ciumenta e possessiva, por mais que eu lute contra isso, sou.
Não digo da maneira usual, com namorados e essas coisas. Mas com amigos e meus pais. Principalmente meu pai. Nunca tivemos uma relação muito boa, e me dói ver que ele é mais íntimo de pessoas que conheceu ontem do que de mim. Que ama pessoas estranhas mais do que a mim. Que nada que eu faça mude isso, que nada eu tenha compense. Sei lá, dói ver alguém que se ama com outras pessoas como ele nunca foi com você.

Tipo isso, só queria não me importar tanto.

29 March 2007

Mensagens cifradas à Alfa-Ômega

... em algum lugar existiu, e ainda existe, My Sweet Devil.

Posso falar? Às vezes lembro, e s vezes sinto saudade. Na verdade a saudade vem toda vez que lembro, porque das coisas ruins que aconteceram conosco, não guardei muita coisa. Só um restinho do veneno, como uma espécie de vacina.
Mas não era disso que eu queria falar.
Saudades, das coisas boas.
Das nossas fotos sinceras. Temos poucas fotos juntos, mas em quase todas eu estava verdadeiramente feliz.
Saudades.Do modo como lembro da gente, se atacando para se defender. Caçando um ao outro, selvageria. O Lobo e a Raposa. Nossos pesadelos acordados, nossas mãos dadas pela noite.
Lembro e sinto falta, era puro mesmo quando corrompido.
Não que sinto falta no sentido de querer novamente, mas do modo como deixamos. Ali, assassinado, sangrando, até se esgotar.

Posso falar? Resumindo tudo posso dizer: foi bom. Nossas indas e vindas, os meus, os seus e os nossos pecados, nossas pervesões, pervesidades. Mas não aquela sensação do meu coração nos seus dentes, sendo estraçalhado cada vez que outros lábios, outros sexos você provava. De como um "te amo" era sofrido de falar, escutar. De como nunca haviam braços para me abraçar, e assim tive que aprender a me esquentar só. Do vazio, da espera, do nunca. "Não posso, não quero, não sinto, não toque, não coma." Sempre. As mentiras, penitências, transgressões, agressões físicas.
Disso tudo só ficou o aprendizado.

Acho que ainda deve existir na sua pele as marcas que deixei, de maldade, para provar para todas suas outras putas que, mesmo não permanecendo, estive ali. Sim, era por prazer, mas principalmente por orgulho e crueldade que eu marcava suas costas, seu peito, suas coxas.
Ainda tenho as suas marcas na minha pele, e tenho certeza que foram feitas com o mesmo intuito.

Os olhos. Negros, muito muito muito negros, o que eu amava incondicionalmente em você eram seus olhos, que se mantinham puros, que escondiam o garoto que eu amava. Sim, eu te amei, mais do que a mim mesma. Mas foi aquele garoto que temia quem mais amei. Medo de se machucar, se entregar. Foi esse garoto que fez eu me jogar do abismo, atravessar sua escuridão, enfrentar seus demônios, me entregar. Não o homem que queria me mudar, manipular para suas vontades.
Você.

Ainda tenho suas palavras guardadas. Aquelas em guardanapos dos bares que frequentavamos, que se referiam às minhas coxas brancas, aos meus olhos verdes, ao meu amor cego e burro. Sim.
Por que? Porque essas coisas não são levadas com as águas do tempo. Lhe avisei que seria para sempre.
"Por mais que a vida seja complexa em alguns momentos somos apenas animais que procuram sua caça, mas não se sabe quem é o caçador ou a caça. Mas na verdade todos somos caça e caçador, dominamos e somos dominados, pelos nossos instintos animais.
Ainda morderei como o lobo que sou, como um demônio que tento me tornar, como o garoto triste que você vê, como o nada que você procura, como a dor e calor da presa quando é esquartejada para alimentar seu ímpetuo de morte. "


Mas sabe, Não há fim, Não há início. Há apenas a infinita paixão da vida.
Por isso, às vezes, eu lembro. E, às vezes, sinto saudades.





(um dia você falou: "grite para todos os deuses dos ventos , que eu não estarei lá para escutar." My devil, eu sempre fiz isso, e sempre farei, e não quero mais saber de raiva, ódio, ou mágoa, agora viu cristal.)

17 March 2007

Sensação terrível, e nem gostaria de nomeá-la, sob o risco de torná-la ainda mais palpável, real.
Silêncio velado, gritos mudos, a boca seca. Sede.
Entregaria o leme da minha vida nas suas mãos. Cansei de tentar manter algo que pareça coerente, em linha reta.
Quero bater contra a parede e sentir a sensação do sangue escorrendo até os lábios; metálico e salgado.
Cheiro de flores no meu pescoço, cheiro de polvóra nos meus dedos, hálito de enxofre. Ácido, básico, neutro. Deslizando.
Puxando a cadeira, fazendo sexo, dançando no palco, beijando bocas, estraçalhando corações: parece já um século.
Menos é menos, que multiplicando pode se tornar mais de algum modo que não lembro como. Devoro.
Furem meus tímpanos, estuprem meu gosto, eu gosto de selvageria.
Rasgo sua camisa vermelha, rasgo sua pele branca até se tornar vermelha. Pronto, para que uma camisa?
Coloco fogo no seu jeans predileto usando seu perfume. Quase posso vê-lo queimando, você dentro.
Morda minhas coxas até sangrar, deixe marcas roxas por todo meu corpo: heis meu troféu.
Sorria, eu só estou na beira da loucura, ainda não cheguei lá...